A Câmara dos Deputados agendou para segunda-feira (19) a votação sobre o decreto do presidente Michel Temer que determina a intervenção federal no estado do Rio de Janeiro.
A expectativa entre os deputados é de aprovação da medida, já que é necessária apenas a maioria simples dos parlamentares, que corresponde a 257 manifestações positivas.
O PSDB e o PSB devem orientar suas bancadas pela aprovação. No entanto, o líder socialista, Júlio Delgado (MG), disse que a proposta é uma “cortina de fumaça” do governo para ocultar problemas.
“Todo mundo sabe que o problema é gigantesco. A intervenção é bem-vinda. Trata-se de uma ferramenta para enfrentar as consequências da ausência de segurança. O Rio de Janeiro vive uma desestruturação de suas forças policiais, e acho que essa presença de um comando externo, de maneira vertical, vai ajudar a reorganizar o nosso aparato”, apontou o deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ), ao blog A Protagonista.
Já o PT deve votar pelo oposto. “A nossa opinião, nossa orientação para as nossas bancadas, será no sentido do PT votar contra esse decreto. Nós entendemos que ele é uma medida que não tem como objetivo principal enfrentar o problema da segurança pública no Rio de Janeiro e sim responder a uma situação delicada e crítica que envolve o governo, a sua impopularidade e sua incapacidade de cumprir sua agenda, em especial a reforma da Previdência”, afirmou o líder petista na Câmara, Paulo Pimenta (RS), em entrevista à imprensa.
Previdência
A crise na segurança do Rio de Janeiro não conseguiu retirar dos holofotes a reforma da previdência. Como a intervenção estatal abriu um debate jurídico sobre a possibilidade de se promulgar uma emenda à constituição durante a ação, a medida foi interpretada como um “álibi” do governo para escapar da realidade de que tem poucos votos para modificar as aposentadorias.
A crítica é apresentada, por exemplo, pelo deputado Júlio Delgado.
“Publicar um decreto como se a crise de segurança do Rio tivesse começado na quarta-feira de cinzas, às vésperas da votação da reforma da previdência, foi o jeito de de o governo ter uma saída honrosa ao fato de que não tem número para votar a reforma”, alfinetou.
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