O prazo final para a realização de convenções partidárias está chegando: domingo, 5 de agosto.
E com o tempo curto, dois pré-candidatos à Presidência da República estão sofrendo de solidão.
O fato é que Ciro Gomes, do PDT e Marina Silva, da Rede, estão vivendo um sério isolamento eleitoral nesta disputa.
Nos poucos dias que faltam para as definições, ainda há flertes com os poucos partidos que também não decidiram em que canoa embarcar.
O PDT de Ciro está conversando com o PSB, enquanto a Rede de Marina está negociando com o PV, partido em que já esteve entre 2009 e 2011.
Para Roberto Gondo, Professor de Comunicação Politica e Governamental do Mackenzie, partidos médios sofrem com pressões internas de alas que querem independência.
“São candidatos que já partem de partidos pequenos. Ciro Gomes, por exemplo, tem temperamento difícil, o que complica alianças. Marina, por sua vez, é mais tranquila, mas o partido é pequeno e com baixa capilaridade nacional. Também é preciso ver se os candidatos têm condições de reverter os números nas pesquisas”, explica.
Com esse cenário, a tarefa não será fácil, pois PSB e PV também pensam em poder seguir com a neutralidade e dar liberdade para alianças estaduais, por exemplo.
Nesta terça-feira, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, se reuniu em Brasília com dirigentes de PT, PCdoB e PDT.
Mas quem esteve nesse encontro diz que tudo leva a crer que o PSB possa, mesmo, seguir independência no primeiro turno. Isso é fortemente apoiado por líderes da legenda que acham o foco deve estar em eleger governadores.
O próprio presidente Carlos Siqueira é claro em afirmar que o que não pode no PSB é apoiar Bolsonaro, e quem fizer isso será considerado dissidente.
Mas, se houver apoio para PT ou PDT, nome para vice já aparece: o ex-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, diz estar à disposição qualquer que seja o partido que o PSB apoiar.
Do lado da Rede não está descartada a possibilidade de chapa pura, mesmo não sendo o panorama ideal.
Dentro da legenda, os nomes que surgem para apoiar Marina são: da ex-senadora Heloísa Helena, do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e Paes de Barros, um dos pais do Bolsa Família.
Mas a ideia de Marina é se aproximar do PV e já mostrar o vice na convenção nacional deste sábado, quando os verdes dirão se apoiarão ou não a candidata.
Em algumas regiões brasileiras o PV está com o PSDB ou com o PDT, que também têm presidenciáveis.
Em caso de união, Eduardo Jorge seria o nome natural do PV para fechar chapa com Marina.