O indiciamento do presidente Michel Temer, acusado pela Polícia Federal de corrupção e lavagem de dinheiro no inquérito dos portos, não deve gerar no Congresso Nacional a comoção causada pelas denúncias levadas à Câmara no ano passado. A avaliação é de parlamentares que conversaram com o blog A Protagonista.|
“O impacto disso aqui [no Congresso] é zero. Afinal, o governo Temer e zero é a mesma coisa”, disse o senador Paulo Paim (PT-RS). O petista, que faz oposição ao governo Temer, declarou acreditar que a denúncia sequer chegará à avaliação dos congressistas. Para o também oposicionista Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), a renovação registrada na Câmara e no Senado também deve contribuir para o desdém: “já é final de legislatura. E como houve essa grande renovação, podemos dizer que as eleições já fizeram, em parte, grande justiça”.
A transição do governo Temer para o do próximo presidente da República – seja Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) – também não deve ser alterada pelo novo indiciamento, segundo deputados. “A transição é institucional, e está acima do presidente da República. É a Presidência da República que faz a transição. E é bom que o novo presidente encontre lá um ambiente melhor, um ambiente tranquilo para conhecer os números, conhecer os desafios que ele vai enfrentar no próximo ano”, apontou o deputado federal Marcos Rogério (DEM-RO). Para Daniel Coelho (PPS-PE), o indiciamento não trará resultados porque a gestão Temer já está desmoralizada: “não vejo condições morais de fazer uma transição combinada com Temer. Ele não tem moral nem com o parlamento e nem com a sociedade”.
Histórico de denúncias
O indiciamento apresentado pela Polícia Federal é ainda resultado da delação premiada dos executivos da JBS, que quase derrubaram o governo Temer em 2017. No ano passado, duas denúncias chegaram à avaliação dos deputados federais, e ambas foram rejeitadas pela Câmara.
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