Havia muita expectativa sobre a reunião da comissão especial da Câmara dos Deputados que discute o projeto de lei 6299/02, que flexibiliza a venda de agrotóxicos e é chamado pelos opositores de “PL do veneno”. Mobilizações dentro e fora do plenário – com direito a um “tuitaço” que reuniu gente famosa, como a modelo Gisele Bundchen – ajudaram a criar frisson ao longo da manhã e da tarde desta terça-feira (19).
No entanto, após muitas discussões, requerimentos e tentativas de obstrução, a sessão foi suspensa pela presidente, a deputada Tereza Cristina (DEM-MS). Agora, os parlamentares aguardam o agendamento de uma nova ocasião para votar o projeto, um dos que mais tem gerado debates na Câmara nos últimos tempos.
A proposta determina que, para entrar em circulação, um agrotóxico precisa ser aprovado apenas pelo Ministério da Agricultura. Atualmente, é necessário o aval também da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O texto sugere ainda o fim do termo agrotóxico, que seria substituído por pesticida.
Os defensores da iniciativa acreditam que a proposta pode romper uma alta burocratização que prejudica o setor. Eles citam o prazo de oito anos para que uma molécula – substância-base dos agrotóxicos – seja aprovada pelas instâncias necessárias e passe à comercialização. Como comparação, em países como EUA e Austrália, também potências no agronegócio, o prazo é de apenas dois anos.
Já os críticos da iniciativa sugerem que as menores restrições vão levar a um uso maior dos agrotóxicos e também ao emprego de substâncias das quais ainda não se sabe a magnitude dos impactos à saúde que podem causar aos trabalhadores do setor e aos consumidores finais.
O adiamento da terça-feira não foi o primeiro da comissão especial. Em 16 de maio, também por pressão de manifestantes e manobras regimentais, a sessão precisou ser suspensa.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF