Senadores e deputados federais contestam a decisão do governo federal de retirar a candidatura do Brasil para sediar a COP-25, prevista para novembro de 2019. A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou um requerimento em que pede a revisão da medida. Já o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, Augusto Carvalho (SD-DF), disse que a desistência indica que a questão climática “não estará na pauta de prioridades deste país, infelizmente”.
A retirada da candidatura foi anunciada na quarta-feira (28) como uma ação conjunta do governo Michel Temer e do presidente eleito Jair Bolsonaro. O Itamaraty alegou restrições orçamentárias, enquanto Bolsonaro citou ameaças à soberania nacional como justificativa. As COP (Conferência das Partes) são promovidas pela ONU e realizadas anualmente, com especialistas em mudanças climáticas do mundo todo. A edição de 2018 se inicia na semana que vem, em Katowice, na Polônia.
Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Fernando Collor (PTC-AL) afirmou que a justificativa orçamentária é “conversa pra boi dormir”. “Se [o governo] mantiver essa posição, ele simplesmente está abdicando do exercício dos melhores instrumentos da diplomacia brasileira e da afirmação do Brasil como uma nação soberana, preocupada com o futuro do planeta e integrada ao restante do mundo”, disse Collor à Rádio Senado.
O requerimento da comissão foi elaborado pelos senadores Jorge Viana (PT-AC) e Cristovam Buarque (PPS-DF). Viana alegou que a questão orçamentária não se sustenta, porque os recursos para custear o evento viriam do Fundo Clima, do BNDES, específico para ações com esse perfil. O petista disse também que o turismo seria beneficiado com o encontro. Foz do Iguaçu (PR) estava cotada para sediar a reunião, e o governador eleito Ratinho Junior (PSD) chegou a enviar um ofício para o governo federal reiterando a candidatura da cidade.
Vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) disse que o colegiado ainda não tomou uma decisão sobre o caso. “Estamos avaliando, conversando com o nosso corpo técnico. Mas a comissão está atenta, cuidando do assunto”, afirmou ao blog A Protagonista. Membro da comissão, Henrique Fontana (PT-RS) contestou a postura do governo: “nós temos que fazer todo o possível para reverter essa decisão, que é uma decisão equivocada, que retira protagonismo importante que o Brasil deve ter”.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Eleição para juízes na Bolívia deve manter Justiça nas mãos da esquerda, avalia especialista
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF