Uma das minhas expressões favoritas é: “rir é o melhor remédio”. De fato, em muitas situações da vida, o melhor a fazer e rir, liberar uma boa dose de endorfina e curtir a melhora do estado de bem-estar geral. Daí sim pensar no que vem depois.
Inclusive pesquisas científicas apontam isso: rir faz bem para o organismo e para a alma. Pesquisadores da Universidade de Loma Linda, na Califórnia, indicam que a tal da endorfina melhora a circulação e torna mais eficientes as defesas do corpo.
Mas, muito além da expressão que usei na abertura desse texto, há outra de séculos atrás, que também se aplica muito nos dias de hoje, onde vigora o império do politicamente correto.
A expressão latina ‘castigat ridendo mores’ faz todo sentido. Em uma tradução livre, seria como “sorrindo corrige-se os costumes”.
E, em tempos de cólera, houve uma empresa que soube mostrar de uma forma extremamente sutil e, embasada em fatos, que as pessoas devem rir mais e aproveitar as oportunidades da vida.
Desde o fim do ano passado, os Estados Unidos passam por uma grave crise institucional por conta da queda de braço entre o presidente Donald Trump e o Congresso. Em boa medida, por conta do desejo de separar fisicamente (com um muro de milhas e milhas!) a fronteira sul dos EUA com o México.
Vale lembrar que muito desse devaneio ocorre pela aprovação popular (para não dizer xenófoba) de muitos compatriotas. Regrar entrada de imigrantes é uma coisa, passar a odiar é outra.
Observando esse fluxo, de muito mais gente que procura os Estados Unidos vindos do México, que o contrário, a empresa aérea AeroMéxico fez uma campanha em vídeo visitando uma tradicional cidade do Texas, Wharton, distante quase 500 quilômetros da fronteira.
E as perguntas eram simples: ‘você gosta do México?’ ‘Iria para lá?’ A negativa e o asco eram evidentes.
No entanto, faltou avisar aos sobrinhos do Tio Sam que num passado não muito distante, até 1836 para ser exato, o Texas era território mexicano.
Logo, a companhia aérea fez testes de DNA nos entrevistados para mostrar a “carga mexicana” que esses americanos (até então tidos como ‘puro sangue’ tinham).
O impacto da surpresa quando souberam que tinham parte mexicana foi imediato. Mas, rapidamente dissolvido quando souberam que aquele porcentual era o mesmo que teriam de desconto em passagens daquela companhia para conhecer o país.
Em linhas gerais: a campanha ‘Descontos de DNA’ mostra que com humor, até os preconceitos mais ferrenhos podem ser quebrados. E, mais que isso, que conhecimento e um bom desconto também não faz mal a ninguém.
Assista abaixo a campanha ‘DNA Discounts’, lançada no meio do ano passado, mas que viralizou esta semana.
Aeromexico DNA discount for travelers
Aeromexico DNA discount goes viral. What's your discount?
Posted by Hispanic Chamber of Commerce Contra Costa on Friday, January 18, 2019
E a cerca?
Aproveitando a onda da cerca do Trump, deixo uma dica de documentário. Em ‘The Fence‘ (A Cerca), é mostrado que a mesma ideia foi implantada por lá em 2006, quando o governo americano, sob a batuta de George W. Bush, criou um projeto no mínimo controverso e cheio de falhas em nome da segurança nacional. A ideia consumiu um caminhão de dinheiro e não trouxe resultado prático. Veja o trailer abaixo: