
Dilma Rousseff, ex-presidente e candidata ao Senado por Minas Gerais já está em clima de campanha.
Nesta terça-feira, Dilma esteve na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde participou da aula inaugural de, vejam só, um curso que tem como tema o impeachment sofrido por ela.
Bastante curioso o timing do evento. Dilma foi tirada do cargo em 2016 e, somente agora, e às vésperas de uma eleição em que concorre a um cargo que depende de voto dos mineiros, um curso resolve abordar essa temática.
O curso optativo “O Impeachment de Dilma Rousseff como Golpe de Estado: Perspectivas jurídicas, filosóficas, políticas e históricas” terá 30 conferências com diversos professores da UFMG e é coordenado pelo professor de Filosofia do Direito, Thomas Bustamante.
Este, conhecido por uma gafe envolvendo seu nome e o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quando da defesa do processo do impeachment.
Bem, não bastasse isso, Dilma Rousseff, em sua fala, não poupou críticas ao governo atual e falou sobre seus dois ‘pecados’: a alteração orçamentária e os subsídios dados a programas sociais, que foram os pilares o impeachment.
Todo o processo foi condenado pela ex-presidente, que também disparou contra o conceito de meritocracia e defendeu a cobrança de impostos, como a CPMF, dizendo que é preciso parar com a história de que no Brasil se paga muito imposto.
“E quero avisar para vocês que assistiram o pato amarelo na rua, que é muito grave não ter a CPMF. É um imposto sobre transações financeiras, e é 0,38%. Quem tem uma transação de R$ 100 milhões, paga isso do valor. Quem tem salário de R$ 6 mil paga também 0,38%. É um imposto que penaliza o grande capital, não pela alíquota, mas por conta do capital ser grande”, discursou.
A ex-presidente terminou sua fala de mais de uma hora em um ferrenho discurso pró-Lula, dizendo que condená-lo e prendê-lo é uma continuação, uma nova fase do golpe vivido por ela.
“Ele teve sempre uma imensa capacidade de colocar o Brasil no nível em que tem o direito de estar. Nós somos uma grande nação. Não é um grande PIB, nós somos uma grande nação, com uma riqueza imensa, que é nosso povo. E se tinha uma pessoa que sabia disso, é o Lula. Encerro minha fala aqui dizendo: Lula livre”.
Ou seja, o que era para ser uma aula, virou palanque político. Ao final, não houve abertura para perguntas ou questionamentos, mas sim uma invasão ao palco com bandeiras pró-Lula.
Aula ou comício? Essa é a dúvida.
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