De partido dado como moribundo no começo da década à quarta maior bancada da Câmara e com um dos candidatos favoritos ao governo no terceiro estado mais populoso do país. O Democratas passou por verdadeira revitalização nos últimos anos, e o Rio de Janeiro tem papel decisivo nesse processo.
Aos números: em 2014, o DEM não elegeu nenhum deputado estadual no Rio e fez apenas um federal, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Hoje, conta com oito deputados na Câmara e seis na Alerj. O candidato ao governo, Eduardo Paes, está bem posicionado nas pesquisas, assim como o nome para o Senado, César Maia.
A “ressurreição” do DEM no Rio pode ser explicada por causas nacionais e também locais. No plano federal, pesou o sentimento de antipetismo que se fortaleceu no país principalmente entre 2014 e 2016, e que culminou no impeachment de Dilma Rousseff. Se até então – e especialmente nos tempos de Lula – marchar ao lado de um dos maiores opositores do PT era tarefa difícil, depois virou quase que um ato necessário à sobrevivência política.
Já no plano local atuam a já tradicional rejeição dos fluminenses a PT e PSDB e a implosão do MDB no estado. O partido antes hegemônico hoje é atrelado a Luiz Fernando Pezão, um governador impopular, e a Sérgio Cabral, que acumula condenações por corrupção. E há ainda a já sabida capacidade articulatória de Rodrigo Maia.
“O trabalho de liderança do presidente Rodrigo Maia tem um peso importante nesse fortalecimento do partido. Há ainda o sucesso em administrações, como por exemplo Salvador, do presidente ACM Neto. O Democratas tem sido um partido não só de visão, mas de transformação real”, destaca o deputado federal Pedro Paulo, que chegou ao DEM no primeiro semestre de 2018, e é candidato à reeleição.
Antes de chegar ao DEM, Pedro Paulo era do MDB. E figurava entre as estrelas do partido: foi candidato a prefeito do Rio em 2016. Contava com o apoio do, à época, também emedebista Eduardo Paes.
Mas se o DEM tem apostado em figuras que eram tão relevantes para o MDB, como o partido pode escapar da rejeição à sigla de Sérgio Cabral e Eduardo Cunha?
“O DEM não fez parte do governo. Não era do grupo. Os deputados do Democratas não são citados [em escândalos]. O Eduardo [Paes] veio para o Democratas e nada paira sobre ele, graças a Deus. Portanto, não vejo como pode ser prejudicial”, diz a deputada federal Laura Carneiro, outra ex-emedebista.
Até o momento, de fato, a alta rejeição ao MDB não colou em Eduardo Paes. Ele figura em segundo lugar no negativo quesito entre os candidatos ao governo. A “liderança” é de Anthony Garotinho (PRP).