Enquanto em 2017 Jorge Picciani foi eleito presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em chapa única, em 2019 o cenário esperado é bem diferente. Três deputados veteranos já anunciaram suas pré-candidaturas ao comando da casa, e é possível que tenham também como concorrente um novato – que vem cacifado por ter sido o candidato mais votado nas eleições de outubro. As eleições estão marcadas para fevereiro.
Os veteranos são André Ceciliano (PT), atual presidente em exercício da Alerj, André Corrêa (DEM) e Márcio Pacheco (PSC). Ceciliano tem como vantagem o fato de ter conseguido fazer a Alerj sobreviver em meio à maior crise política da história do estado, enquanto Corrêa se pauta na segunda maior bancada da casa, e Pacheco no fato de ser do partido do futuro governador do estado, Wilson Witzel. Já o novato é Rodrigo Amorim (PSL), que recebeu mais de 140 mil votos, na esteira da popularidade do correligionário Jair Bolsonaro.
Amorim ainda não formalizou seu interesse em concorrer. Uma das motivações que tem apresentado para uma eventual candidatura é enfrentar o PT, de quem é ferrenho adversário. O petista em questão, Ceciliano, alega ter boas relações com todo o parlamento. É isso, e não a força do PT, que pode ajudar em seu projeto de reeleição. O desempenho do PT no Rio em 2018 foi sofrível – a candidata ao governo Márcia Tiburi ficou apenas na sétima colocação, LIndbergh Farias não foi reeleito senador e, para a Alerj, foram eleitos três deputados a menos do que em 2018.
“Fizemos esse trabalho dessa travessia difícil, que foi uma crise econômica, uma crise política do estado do Rio de Janeiro. E agora, eu fui procurado por um grupo de parlamentares, pedindo para que eu pudesse colocar meu nome em uma chapa para a Presidência. Nós estamos colocando a Assembleia como poder independente, como a autonomia do Legislativo”, disse Ceciliano.
O tom conciliador é também adotado por Corrêa: “caso venha a ser escolhido, me esforçarei para honrar o parlamento e dar mais transparência aos trabalhos e contratos da casa. Conto com o respeito de muitos colegas e mantenho o diálogo aberto com diversas frentes para viabilizar uma candidatura plural e que respeite todas as correntes de pensamento presentes na assembleia”.
O eleito terá como principal missão recuperar a credibilidade da Alerj, varrida em meio aos sucessivos escândalos de corrupção que marcaram o Rio nos últimos anos. Vários caciques da política local foram presos – inclusive o mesmo Picciani que, no início do ano passado, foi eleito presidente da casa num clima de quase unanimidade.