O primeiro vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), protocolou nesta quarta-feira (21) um ofício em que pede que a casa acione “os órgãos competentes” contra o procurador da República Deltan Dallagnol, membro da força-tarefa da Lava Jato.
Na terça-feira (20), Dallagnol fez uma polêmica postagem em seu perfil no Twitter: “Se cabem buscas e apreensões gerais nas favelas do Rio, cabem também nos gabinetes do Congresso. Aliás, as evidências existentes colocam suspeitas muito maiores sobre o Congresso, proporcionalmente, do que sobre moradores das favelas, estes inocentes na sua grande maioria”. O texto fez referência à ideia aventada por membros do governo federal de se implantar no Rio de Janeiro mandados de busca e apreensão coletivos, como mais uma das ações da atuação do exército no estado.
A reação de Ramalho apareceu ainda na terça. Em discurso na Câmara, o parlamentar pediu que Dallagnol tivesse “respeito” com o Congresso Nacional e disse que acionaria o Conselho Nacional do Ministério Público.
Em conversa com A Protagonista nesta quarta, Ramalho reforçou a intenção e as críticas a Dallagnol. “Todo mundo que representa o Ministério Público tem que seguir a lei”, declarou.
A opinião do vice da Câmara foi endossada por outros parlamentares. “Não é aceitável o que Dallagnol disse. Não honra o cargo. Fundamentalmente o Fábio, nosso vice-presidente da Câmara, tem razão”, disse Yeda Crusius (PSDB-RS). “Se ele [Dallagnol] falou de forma generalizada, foi infeliz em generalizar. Se assim foi feito, e assim como o Ministro da Justiça à época foi convocado a vir aqui, por que não o procurador pode vir se manifestar e até se defender do que fora dito?”, acrescentou Éder Mauro (PSD-PA).
O ofício elaborado por Fábio Ramalho foi direcionado ao procurador parlamentar da Câmara, deputado Hildo Rocha (PMDB-MA).
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