Neste domingo, 28 de abril, foi comemorado o Dia da Educação. A data é marcada em referência ao Fórum Mundial de Educação de Dakar, no Senegal, realizado no ano 2000.
O assunto fomenta grandes discussões, mobilizando diversas entidades em todo mundo para debater com estudantes, educadores e profissionais de educação sobre os novos paradigmas e dinâmicas educacionais, dentro e fora das salas de aula.
Falando do Brasil, muitos assuntos precisam ser criteriosamente analisados. Basta olhar para as mudanças recentes em toda a estrutura do Ministério da Educação, polêmicas com o Exame Nacional do Ensino Médio, entre outras situações.
Ainda falando de Brasil, é mais que necessário falar sobre a Base Nacional Comum Curricular e seus impactos para a educação brasileira.
Marcos Pollo, educador e diretor da Viamaker Education, diz como aplicar as atualizações exigidas pela Base, na prática para as competências e habilidades socioemocionais, bem como o ensino da cultura digital.
“A BNCC é um bom exemplo de preocupação voltada para ensino de competências e habilidades. É um documento estruturado que deve ser desenvolvido na educação básica. Dessa forma é possível descrever quais competências e habilidades que os alunos devem atingir em cada ano escolar”, aponta o especialista.
Segundo Marcos Pollo, o desafio na área da educação brasileira está justamente aí: em como ensinar usando competências e habilidades.
“Discute-se cada vez mais processos e aprendizagem para que o ensino seja menos conteudista e mais focado no desenvolvimento e preparo para os desafios do mundo atual. Aulas onde seja possível conectar conteúdos com ciências e tecnologias são aulas mais criativas e dinâmicas, onde os alunos conseguem se envolver mais e desenvolver as habilidades e competências para sua formação, como trabalho em equipe, gestão do tempo, por exemplo”, explica.
Outro assunto latente na discussão do governo sobre educação está na questão do homeschooling, ou seja, da possibilidade em que a criança tenha aulas e a relação de ensino-aprendizagem em casa.
Marcos Pollo, com sua experiência na área, diz que o Brasil não está preparado para esta realidade e garante que o ato social de estar inserido em uma escola convencional é fundamental para o desenvolvimento do ser humano.
“A experiência escolar, na minha opinião, é o caminho mais seguro para uma educação de qualidade. Nosso país não está preparado para fiscalizar a efetividade de trabalho de ensino em casa. Alguns países têm essa possibilidade, mas ainda temos um caminho longo para conquistar um patamar onde seja possível realizar um trabalho desse em casa. Ainda confio muito no trabalho da escola e dos nossos professores”, conclui.