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Destino de Dilma Rousseff depende de briga interna do PSB

Os ânimos dentro do PSB estão bastante exaltados depois de a executiva nacional da legenda e Márcio Lacerda, pré-candidato ao governo de Minas Gerais entrarem em rota de colisão.

O ex-prefeito de Belo Horizonte anunciou seu desejo de concorrer ao cargo, mas agora, quase no badalar final do prazo para as convenções, o PSB nacional resolveu mudar de ideia.

Nos bastidores é claro o interesse de aliança com o PT de Fernando Pimentel, que concorre à reeleição. Isso desagradou boa parte dos integrantes do PSB mineiro, que estão com Lacerda.

O cheiro da torta de climão no partido foi sentido quando o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, bateu o martelo por não haver concorrentes do PSB ao governo do Estado.

A decisão impacta diretamente até mesmo a corrida para o Senado. Duas vagas estão em disputa e a possível aliança PSB-PT coloca Dilma Rousseff sentada à mesa esperando uma generosa fatia dessa torta de climão.

Isso porque Lacerda seria naturalmente ‘empurrado’ para disputar o Senado, praticamente limando Dilma da corrida.

Aliás, isso mostra como o mundo gira e a disputa que parecia clara, entre Dilma e o tucano Aécio Neves, começa a se desfazer no ar, sustentadas por um fio.

Na mais recente pesquisa CNT divulgada esta semana, Dilma conta com 21,5% da preferência do eleitorado e era seguida por Aécio, com 15%.

Em entrevista exclusiva ao blog ‘A Protagonista’, Siqueira assegurou o fim da candidatura ao governo do Estado, mas evitou falar em aproximação com o PT.

“Não será candidato, pois toda candidatura tem que passar pelo crivo da executiva nacional. Não há hipótese dele (Lacerda) ser candidato ao governo de Minas Gerais”, reforçou.

Como o próprio presidente disse, até mesmo a composição da direção do partido em Minas Gerais foi alterada. O motivo que é falado aos quatro ventos seria simples: colocar o PSB em chapas fortes.

Mas Marcio Lacerda não se dá por derrotado. Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, garantiu que irá enfrentar a determinação da executiva nacional do PSB e estará na convenção deste sábado por considerá-la soberana.

“Fomos surpreendidos com a visita do presidente nacional do PSB que comunicou ser necessário retirar minha candidatura por conta de um acordo com o PT. Recusei essa situação e recusei ser candidato ao Senado. Portanto, estamos aqui enfrentando a truculência e um ato antidemocrático que me provocou revolta e indignação. Isso me leva a insistir nessa candidatura”, anuncia.

A questão é que Lacerda vinha se consolidando para ser uma terceira via na disputa polarizada entre Antonio Anastasia do PSDB e Pimentel do PT.

Na última pesquisa CNT feita no estado, Lacerda figurava em terceiro, com 9,7%, atrás de Pimentel com 13,3% e Anastasia com 21,5%.

Há quem diga que a situação pode ser judicializada e outros que garantem que a decisão da convenção é soberana. Mas o presidente do partido é claro: há uma resolução aprovada no 14º Congresso Nacional do PSB, em março, que dá à direção nacional o poder de aprovar ou não as coligações em cada estado.

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