O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato a presidente e segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, diz que a provável exclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da corrida eleitoral “não vai mudar em nada” as suas perspectivas para a disputa de 2018.
“O pessoal tenta de toda maneira dizer que eu apenas tenho uma bandeira, a anti-Lula. Não é verdade. A minha bandeira é contra a esquerda há muito tempo. E tenho propostas para o Brasil. E não estou obcecado por eleição, a minha preocupação é o Brasil. E ponto final”, disse o parlamentar em entrevista exclusiva ao blog A Protagonista.
A saída de Lula da disputa, embora o petista lidere a corrida no momento atual, foi apontada como prejudicial a Bolsonaro por alguns analistas – como o deputado se coloca como o principal adversário do ex-presidente, seu discurso ficaria fragilizado com a ausência de Lula como alvo.
Para Bolsonaro, o PT deixa de ser competitivo com a retirada de Lula. “O PT só tem o Lula, mais ninguém. É o time que só tem um cara. É o Lula. Acabou o Lula, acabou o PT”, disse. O deputado não vê força eleitoral em dois nomes do PT cotados para substituir Lula, o ex-governador Jacques Wagner (BA) e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. “O Jacques Wagner, pelo que eu sei, está citado na Lava Jato. O Haddad levou uma estrondosa derrota [nas eleições de 2016], não foi nem pro segundo turno. A esquerda está se desmoronando no Brasil, na América do Sul.
“Noivados”
Na entrevista, Bolsonaro falou ainda sobre a sua situação partidária. Ele é, ainda, filiado ao PSC, mas procura uma nova legenda para disputar a eleição presidencial. Depois de muita aproximação do Patriota, partido que chegou a mudar de nome para recebê-lo, o deputado mudou de posição e se aproximou do PSL. A relação entre Bolsonaro e o partido fez até com que o grupo Livres, que havia ganhado peso no PSL, optasse por deixar a legenda.
Bolsonaro deve se filiar ao PSL em março, quando ocorrerá a janela partidária. O deputado comparou sua relação com o partido com um “noivado”. “É o tal negócio: você, quando namora, fica noivo e vai casar lá na frente. Entre noivado e casamento, se algo de anormal acontecer, infelizmente você separa. Está tudo bem condicionado com o Bivar [Luciano, presidente do PSL], está tudo certo até o casamento na primeira semana de março. É o noivado”, brincou.