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EXCLUSIVO: “Huck era uma possibilidade com muitas chances de vitória”, diz presidente nacional do PPS

O PPS, partido que foi apontado como o mais provável destino de Luciano Huck caso o apresentador encarasse a corrida presidencial, vive um período de contrastes.

No fim de semana, em seu congresso nacional, a sigla recebeu as filiações de Marcelo Calero e Humberto Laudares, respectivamente ligados aos movimentos Renova e Agora!, de renovação política; por outro lado, reelegeu como seu presidente nacional o deputado Roberto Freire (SP), no comando da legenda desde a década de 1990.

Outro contraste veio com a chegada do deputado federal Daniel Coelho (PE), que foi eleito pelo PSDB e se notabilizou com a defesa da liberação do Uber, que acabou contrabalanceada pela desfiliação de Raul Jungmann, ministro da Segurança de Temer, fundador do PPS e que saiu fazendo pesadas críticas a Roberto Freire. Por fim, o partido também fala em mudar de nome – o que seria mais uma sinalização ao “novo” – ao mesmo tempo que indica apoio, na corrida presidencial, a Geraldo Alckmin, de quem já fora parceiro em 2006.

O deputado Roberto Freire concedeu entrevista exclusiva ao blog A Protagonista em que falou sobre os destinos do partido, e cravou: “Huck era uma hipótese com muitas chances de vitória”.

Quais são, na avaliação do senhor, as perspectivas do PPS para 2018?
O partido vive um bom momento. Nesse péssimo momento que vive o país, do ponto de vista da política, com os partidos sofrendo um processo de degradação muito forte, o PPS conseguiu, nesse contexto todo, sair como o partido que atrai, por exemplo, movimentos cívicos e sociais que têm se organizado e que têm buscado forma de participação na política. Movimentos como Agora!, Acredite, Renova Brasil e vários outros. O PPS tem sido o interlocutor deles, inclusive com alguns assinando cartas de compromisso, de parceria e integração. Isso é um aspecto muito positivo. É um bom momento vivido pelo PPS.

Como o senhor recebeu a decisão do ministro Raul Jungmann de se desfiliar do PPS?
Nós lamentamos a perda. Mas ele fez uma opção pelo projeto Temer, e desistiu do projeto PPS.

O senhor defende a mudança do nome do partido. Por que a alteração?
A mudança é porque o partido está mudando. O congresso [realizado entre 23 e 25 de março] foi muito importante porque foi, também – ainda que sem a mesma dramaticidade, sem as mesmas características – tal como o de 1992, quando mudamos o nome de PCB para PPS. Agora, também é necessário mudar em função da mudança de concepção. Porque o mundo mudou, e mudou muito. Quando você tem movimentos da sociedade, que trazem a juventude, nesse processo, justifica que você discuta inclusive a mudança do nome, porque você já não é o mesmo.

Já há sugestões de nomes colocadas?
Não. Até porque não foi decidido. Foi encaminhado para que o diretório faça um processo e faça a consulta, para saber se o partido quer mudar o nome. A ideia é de que o novo nome, ou dois nomes, sejam submetidos a uma votação dos filiados. Todos os filiados; e mais, até daqueles que, participantes de movimentos sociais que estão integrados no partido, mesmo que não filiados, possam também se pronunciar, qual a sua preferência. É um movimento mais amplo, até para dar o sinal de que começamos a ficar novos.

A aproximação de movimentos como o Agora! e o Renova é o novo caminho do PPS?
Não é um novo caminho do PPS, até porque a gente ainda não sabe bem como que isso vai. Mas é o novo que está se formando. Disso eu não tenho dúvidas. E a vinda deles vai ajudar que tecemos, exatamente, o que significa essa formação política, que pode surgir desses movimentos com toda a trajetória, toda a história que o PPS tem.

Em relação à eleição presidencial, como deve ser a postura do PPS? O senador Cristovam Buarque (DF) se apresentou como pré-candidato…
Não teve isso. Não tem candidatura dele. O que tem é um indicativo para que dialoguemos com Geraldo Alckmin. Vai se conversar, ontem mesmo estivemos com o governador, e vamos tentar unificar as forças democráticas para, em outubro, termos uma candidatura que, se não única, pelo menos uma candidatura amplamente consolidada nos partidos do campo democrático.

Em relação ao apresentador Luciano Huck, com quem o senhor manteve conversas frequentes: que balanço o senhor faz desse episódio, qual o aprendizado que ficou do processo?
A conversa com Luciano Huck continua. Até porque ele é muito ligado a esses movimentos cívicos e sociais. Continuamos tendo boas conversas. Só que ele não é candidato – até porque nunca se declarou como candidato. Não há nenhuma surpresa, nenhuma novidade que ele não seja candidato. Ele nunca se declarou candidato. Era uma hipótese – eu diria que era uma hipótese com muitas chances de vitória -, mas ele preferiu não participar como candidato. Tem participado politicamente, junto com esses movimentos, e temos mantido diálogo constante.

O senhor foi reconduzido à presidência do partido, cargo em que está há bastante tempo. O PPS conseguiu criar novas lideranças? Como está a renovação dentro do partido?
Está ótima. Você falou dos membros novos que se filiaram, do Cristovam… está ótima. Liderança é o que não falta. No Paraná temos um grande líder, que é o Rubens Bueno [deputado federal].

Como está o partido nessa janela partidária [período em que os deputados federais podem trocar de legenda sem sofrer punições]?
Ainda não temos um balanço. Agora é que vai haver uma movimentação mais intensa, nessa última semana do prazo. É agora em que as definições começam a se dar com mais frequência. Mas já estamos muito satisfeitos com o que conseguimos. O Daniel Coelho é uma liderança que começa a crescer em nível nacional; é uma grande liderança em Pernambuco já há algum tempo, e que começa a se afirmar nacionalmente. Uma grande conquista nossa.

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