O advogado Rodrigo Tacla Duran, ex-funcionário da Odebrecht, participa nesta terça-feira (5), às 10 horas, de audiência convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Tacla Duran, que mora na Espanha, falará por meio de videoconferência.
A audiência foi pedida pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ). Tacla Duran é um entre tantos “homens-bomba” da operação Lava Jato, marcada pelo grande número de delatores e personagens que entregaram documentos e apresentaram relatos que arranharam a imagem de figurões da política nacional.
Com uma diferença: os alvos do advogado fazem parte da força-tarefa da Lava Jato, e entre eles está o juiz Sérgio Moro. Por conta dessas declarações, Tacla Duran se tornou uma figura celebrada pelo PT e pelos simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que veem nele uma materialização de suas teorias de que a Lava Jato é uma operação parcial.
Tacla Duran acusa, por exemplo, o advogado Carlos Zucolotto, amigo do juiz Sérgio Moro, de tentar intermediar “por fora” uma negociação entre ele e a força-tarefa da Lava Jato. Segundo o relato de Tacla Duran, Zucolotto teria pedido honorários que seriam pagos por meio de caixa dois e afirmado que conseguiria incluir a participação do procurador Deltan Dallagnol no processo.
O advogado também diz ter documentos da Odebrecht que mostram supostas inconsistências dos apresentados pela empreiteira durante seus acordos de leniência. Tacla Duran diz que a empresa fraudou parte desses documentos – e alguns dos papéis têm servido de base para condenações da Lava Jato. O advogado foi funcionário do “departamento de propinas” da empreiteira. Teve sua prisão pedida pelo juiz Sérgio Moro em 2016 e mora em Madri por ter cidadania da Espanha – o que impede sua extradição ao Brasil.
“Ele já deu notícias de que as delações premiadas da Lava Jato, muitas vezes, não se dão espontaneamente, que há um processo espúrio de convencimento, de que há documentos e programas possivelmente fraudados. Nós já o ouvimos anteriormente, em Madri e na CPI da JBS, e parece que há elementos novos em relação ao acervo de informações que ele tem”, afirmou ao blog A Protagonista o deputado Wadih Damous.
Na opinião do parlamentar, Tacla Duran tem tido seus direitos humanos violados pelo juiz Sérgio Moro pelo fato de não ser ouvido pelo magistrado, algo que foi requisitado pelo advogado. Na ocasião em que as acusações contra Zucolotto vieram a público, Moro criticou a relevância dada a Tacla Duran e o chamou de “refugiado da justiça brasileira”.
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