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O final de semana marcou o início de mais uma guerra do governo Bolsonaro contra ele mesmo. A bola da vez é o general Santos Cruz, um grande orgulho do Brasil na área militar, comandante de missões de paz dificílimas no Haiti e Congo. Meia dúzia de moleques mimados e um velhinho gozador o consideram uma série de palavrões, qualquer um serve e tem sido utilizado sem a menor vergonha na cara.

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Alega-se, para não ficar muito feio, que ele pretende censurar as redes sociais. Na verdade, como já se tornou hábito, a declaração dele não era nada disso, mas é distorcida até que sirva de alívio à culpa dos que aderem a campanhas de assassinato de reputações. Diga-se de passagem, quem sugeriu o controle das redes sociais foi o deputado Eduardo Bolsonaro, com uma enquete sobre intervenção nas empresas, que seriam proibidas de banir perfis.

O pecado do general Santos Cruz definitivamente não foi a frase, foi a firmeza de caráter. Em sua ficha corrida, acumula pecados graves como barrar a nomeação de Léo Índio, primo-irmão de Carlos Bolsonaro, que poderia ter aportado à Secretaria de Comunicação da Presidência da República toda sua experiência de sucesso como filho de coronel e estudante universitário de 35 anos de idade.

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Há quem aponte ainda outro pecado mais grave: o de não repetir o feito petista de montar uma máquina de blogueiros favoráveis ao governo financiados com dinheiro público. O general seria a barreira intransponível para um movimento que já tem sido chamado nas redes sociais de “House of Carguinhos”.

Mas voltemos a Léo Índio. Não é porque toda essa experiência administrativa foi barrada pela ala militar que o governo abriu mão dela: agora ele se auto-proclama “interlocutor do governo federal”.

Ué, mas ele não tinha arrumado um emprego com salário de R$ 14.800,00 brutos no gabinete de um senador? Pois é, arrumou. Mas aparentemente não é bem nisso que tem trabalhado enquanto recebe dinheiro público. Léo Índio está lotado no gabinete de Chico Rodrigues, do DEM de Roraima. Só que, em vez de visitar o Estado – que, aliás, anda num drama sem fim devido à crise na Venezuela – ele foi ao Maranhão.

 

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Bom, Léo Índio é livre para viajar sem ter de avisar ninguém. Maior de idade, vacinado, o máximo que pode acontecer é ter uma ou outra cobrança pelo Instagram quando mente sobre o destino da viagem. E ele decidiu ir ao Maranhão. Eu confesso que amo o Maranhão. Seja pela beleza das praias, pela maravilha absoluta dos lençóis ou pela simplicidade de comer caranguejo com um martelinho à beira-mar. Portanto, recomendo até que ele volte, como fiz várias vezes.

Ocorre que Léo Índio foi a serviço. E não foi a serviço de seu patrão, o povo brasileiro que paga para ele prestar serviços ao gabinete de Chico Rodrigues, representante do Estado de Roraima. Ele foi a serviço do governo federal, onde não é lotado, a convite de Maura Jorge, candidata ao governo do Maranhão derrotada nas urnas pelo governador Flavio Dino.

Bem ao estilo petista, escolheu um blog para dar “entrevista”. Na verdade, para responder perguntas favoráveis e ser elogiado. E nem assim o experiente Léo Índio conseguiu levar algo de bom para o governo do tio presidente. Inexperiente e atrapalhado, pode ter despertado uma crise ao externar o próprio deslumbramento com o poder que obteve de maneira informal.

Sem que fosse obrigado a isso, confessou que estava no Maranhão como “interlocutor do governo federal” e levaria demandas diretamente a Jair Bolsonaro. Isso não faz parte do trabalho dele como assessor de senador por Roraima.

A jornalista que fez a entrevista realmente não tinha nenhuma intenção de expor esse tipo de escândalo. Trago das redes sociais dela o espírito em que ocorreu o encontro, algo bem parecido com a aura amistosa que circundou a primeira entrevista do ex-presidente Lula atrás das grades:

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“Hoje tive a grata satisfação de entrevistar, com exclusividade, o polêmico @leo.indio.br , sobrinho do nosso presidente @jairmessiasbolsonaro . Léo está no Maranhão há alguns dias, a convite da ex-candidata ao governo @maurajorgeoficial , e veio conhecer de perto algumas realidades do nosso Estado, além de colher demandas emergenciais que serão encaminhadas ao nosso presidente. Enquanto uma das poucas jornalistas de Direita do Maranhão, para mim é um motivo de orgulho registrar este importante momento que confirma, ainda mais, o comprometimento do governo federal com o Nordeste. Obrigada pela confiança, @leo.indio.br ! ” – publicou a entrevistadora em suas redes sociais.

Durante a entrevista, Léo Índio não cita o chefe nem o trabalho pelo qual é remunerado com dinheiro público uma única vez.

A transcrição tem trechos sensacionais:

“A ideia da visita, além de prestigiar a família Jorge, que teve um empenho fundamental para o crescimento de Bolsonaro no Maranhão, foi aprender com esta gente acolhedora, dar a nossa contribuição enquanto interlocutor do governo federal e encaminhar as principais necessidades do povo maranhense ao presidente Jair Bolsonaro. Fizemos um relatório que contém informações de todo o Maranhão, incluindo seus municípios, e através deste panorama debaterei com o presidente todas as questões aqui tratadas”.

“Independente de questões políticas ou partidárias, temos um grande carinho e admiração por todos os nordestinos. Prova disso é a iniciativa do governo federal em buscar auxílios para desenvolver o potencial desta Região”.

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“Nossa origem é militar, o presidente Bolsonaro é capitão da reserva, meu pai é coronel da reserva, então temos sempre como referência as unidades militares. Por ser o único na região, observamos no Batalhão toda uma estrutura que contribui para as questões sociais, voltadas ao esporte e à saúde. Ter uma unidade militar em uma cidade é motivo de orgulho e referência, além de ser um instrumento de transformação na comunidade, servindo de exemplo e incentivando o nosso patriotismo”.

“Conhecemos o trabalho das rendeiras daquela cidade e o seu potencial turístico. Acompanhado da amiga Maura Jorge e uma comitiva de moradores, também ouvimos atentamente às demandas de trabalhadores de vários segmentos. Na oportunidade, nos reunimos com o grupo Anjos Azuis, composto por mães de crianças com transtorno do espectro autista, que relataram as dificuldades enfrentadas neste segmento”.

Se seguir o padrão da família e dos asseclas, Léo Índio só tem uma forma de sair da enrascada em que se meteu voluntariamente: botar a culpa na imprensa. Só que, dessa vez, não vai dar.

Deixo vocês com a íntegra dessa empolgante entrevista publicada no blog de Neto Cruz com o título: “Sobrinho de Bolsonaro, Léo Índio esclarece factoides sobre sua vinda ao Maranhão”. Realmente esclareceu.

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– O QUE MOTIVOU A SUA VINDA AO MARANHÃO?

A princípio, atendi a um convite da família Jorge, na pessoa da ex-candidata ao governo, Maura Jorge, que recentemente esteve em Brasília e externou o convite para que eu viesse conhecer o Maranhão e as principais necessidades da sua gente. Além disso, nos foi comentado sobre a existência do Hospital Aldenora Belo, localizado em São Luís, que é referência no tratamento contra o câncer, o que despertou ainda mais o interesse em conhecer de perto este trabalho, tendo em vista a nossa sensibilidade sobre esta causa.

– QUE OUTROS COMPROMISSOS FORAM CUMPRIDOS EM SUA AGENDA NO ESTADO?

Após uma pesquisa sobre a unidade militar presente em São Luís, visitei o 24° Batalhão de Infantaria e Selva, comandado pelo tenente coronel Sousa Filho, que coincidentemente é amigo de turma do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes. Nossa origem é militar, o presidente Bolsonaro é capitão da reserva, meu pai é coronel da reserva, então temos sempre como referência as unidades militares. Por ser o único na região, observamos no Batalhão toda uma estrutura que contribui para as questões sociais, voltadas ao esporte e à saúde. Ter uma unidade militar em uma cidade é motivo de orgulho e referência, além de ser um instrumento de transformação na comunidade, servindo de exemplo e incentivando o nosso patriotismo.
Outro compromisso que cumprimos foi no município de Raposa, que compõe a região Metropolitana, onde conhecemos o trabalho das rendeiras daquela cidade e o seu potencial turístico. Acompanhado da amiga Maura Jorge e uma comitiva de moradores, também ouvimos atentamente às demandas de trabalhadores de vários segmentos. Na oportunidade, nos reunimos com o grupo Anjos Azuis, composto por mães de crianças com transtorno do espectro autista, que relataram as dificuldades enfrentadas neste segmento.

– QUAIS OS ENCAMINHAMENTOS DA REUNIÃO COM AS MÃES DE CRIANÇAS COM AUTISMO?

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Dentre as demandas apresentadas, discutimos sobre a possibilidade de viabilizarmos a captação de recursos para a instituição que cuida desta causa, além da implantação de um espaço físico para abrigar as crianças autistas, a fim de que recebam orientações e políticas públicas de inclusão. Outro assunto discutido, foi com relação aos atendimentos médicos pelo SUS e profissionais da saúde específicos para atenderem às demandas deste segmento.

– VIMOS QUE SUA VINDA AO MARANHÃO NÃO TEVE CUNHO POLÍTICO OU PARTIDÁRIO, DIFERENTEMENTE DO QUE FOI DIVULGADO POR ALGUNS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ALIADOS AO GOVERNO. COMO JÁ ESCLARECIDO, VOCÊ VEIO EXCLUSIVAMENTE PARA COLHER DEMANDAS DO ESTADO. COMO SERÃO ENCAMINHADOS ESTES PLEITOS?

Tenho o hábito de acompanhar as redes sociais, tanto das pessoas que torcem pelo sucesso do governo Bolsonaro, quanto das pessoas que torcem contra. A ideia da visita, além de prestigiar a família Jorge, que teve um empenho fundamental para o crescimento de Bolsonaro no Maranhão, foi aprender com esta gente acolhedora, dar a nossa contribuição enquanto interlocutor do governo federal e encaminhar as principais necessidades do povo maranhense ao presidente Jair Bolsonaro. Fizemos um relatório que contém informações de todo o Maranhão, incluindo seus municípios, e através deste panorama debaterei com o presidente todas as questões aqui tratadas.

– ALÉM DO MARANHÃO, A SUA PRÓXIMA AGENDA SERÁ EM OUTROS ESTADOS DO NORDESTE. QUAL O POSICIONAMENTO DO GOVERNO BOLSONARO COM RELAÇÃO AO NORDESTE?

Independente de questões políticas ou partidárias, temos um grande carinho e admiração por todos os nordestinos. Prova disso é a iniciativa do governo federal em buscar auxílios para desenvolver o potencial desta Região. Entre as ações já iniciadas, temos a iniciativa do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, do projeto de dessalinização da água, que purifica e garante água potável a toda comunidade; além dos investimentos que serão direcionados no tocante ao potencial turístico destes estados nordestinos, dentre outras ações.

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– PARA FINALIZAR, QUAL A MENSAGEM QUE VOCÊ DEIXA AO POVO DO MARANHÃO?

Primeiramente deixo a minha gratidão aos maranhenses pela receptividade e acolhimento com o qual fui recebido em cada canto por onde passei. Espero retornar o mais breve possível, desta vez para conhecer outros municípios deste rico Estado, que também possui um grande potencial turístico, e logo logo estará recebendo a visita do presidente Bolsonaro.