Uma situação inusitada foi registrada hoje, em um voo de São Paulo para Brasília, envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski e um passageiro que estava na aeronave.
O ministro pediu a presença da Polícia Federal para conduzir o advogado Cristiano Caiado de Acioli, depois de ter sido interpelado por ele.
Há um vídeo que circula nas redes sociais, onde é possível ouvir o advogado chamando o ministro e dizendo a ele que o STF “é uma vergonha”.
Na sequência, o ministro pergunta se o advogado quer ser preso e, a um tripulante da empresa, pede que chame a Polícia Federal.
VERGONHA! Ministro do STF, Lewandowski mandou prender um jovem que falou que o STF era uma vergonha. pic.twitter.com/8JAfcQ18LU
— Mov. Brasil Livre (@MBLivre) December 4, 2018
Agentes foram ao avião e, ao conversarem com o advogado, ele garantiu que não faria mais comentários, ficou na aeronave e o voo comercial seguiu normalmente.
No entanto, quando o avião pousou em Brasília, perto das 13h, um agente o conduziu para prestar esclarecimentos na Superintendência da PF.
– Há outro vídeo circulando, que foi gravado próximo ao pouso, em que o advogado se levanta e pede a atenção dos demais passageiros dizendo ser apenas um cidadão, mas que naquele voo estava o “ilustre ministro Ricardo Lewandowski”.
Desabafo do passageiro que foi preso após dizer ao Ministro Lewandowski que “o Supremo era uma vergonha.”#NasRuas Curta nossa página! pic.twitter.com/n3ZEU8vtoG
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Pelo menos até o meio da tarde, Cristiano Caiado de Acioli permanecia na Superintendência da PF em Brasília, sem saber qual seria seu futuro.
A assessoria do ministro Lewandowski disse que “o passageiro começou a injuriar o STF como instituição, não pessoalmente ao ministro Lewandowski”, sendo essa a justificativa para se acionar o apoio dos federais.
Ao chegar ao Tribunal para participar da sessão da Segunda Turma do STF, que hoje julga pedido de liberdade do ex-presidente Lula, o ministro Lewandowski não falou sobre o incidente
O advogado Cristiano Caiado de Acioli é filho da subprocuradora-geral da República Helenita Amélia Gonçalves Caiado de Acioli, ex-presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, e irmão do procurador Bruno Caiado.
Vale lembrar que esse episódio não é exclusivo. Gilmar Mendes também passou por situação semelhante há alguns meses, quando ia em voo para Portugal. Desta vez, será que faltou tolerância ao ministro Lewandowski em ser mais resiliente perante críticas?