As pesquisas mostram que o candidato com mais crescimento atualmente é “ninguém”: nulos, brancos e não sei. Alguns podem dizer que é aversão à política, mas o mais provável é que a população esteja cansada da tentativa de contemporizar com o politicamente correto, de esconder o que se pensa realmente e, como efeito final, ter uma caixinha de surpresas no mando do país.
Flavio Rocha, CEO da Riachuelo, que lançou o movimento Brasil 200, crê que o candidato ideal ainda não está no páreo.
O candidato coerente, que seja liberal na economia e conservador nos costumes, que esse sim seria o contraponto ao período que causou esse estrago não só na economia mas também aos valores da sociedade brasileira, esse candidato não existe.
Em tempos de debates quentes da internet, ser conservador nos costumes se confunde com ser preconceituoso, rejeitar pessoas pelo que elas são, discriminar, deixar de estender a mão ao próximo, julgar, adjetivar, acreditar ser superior moralmente, crer-se mais virtuoso devido à opção política ou ideológica. Flavio Rocha explica de forma simples o que é a quebra de valores contra a qual ele se coloca:
Então, quando você liga lá numa novela e você vê lá: o empresário é o maior picareta; o traficante é o poço de virtude, é o caridoso; o policial é sempre o corrupto; o bandido que é o bonzinho. São inversões de valores de forma intencional, é contra isso que a gente tem que se rebelar, contra essa lavagem cerebral de inversão de valores de forma intencional com um objetivo sórdido por trás. Não tem nada a ver com moralismo.
Outro ponto importante no rompimento de princípios e valores é a destruição da força da família, algo importantíssimo para a grande maioria das pessoas e para a sociedade. Desvirtuar o debate para o julgamento do modelo de família também enfraquece as células familiares. Flavio Rocha lembra que o mais importante é manter esse espaço como o mais seguro para o desenvolvimento das crianças e o acolhimento de todos.
Por exemplo, a erotização de crianças abala a estrutura da célula mais importante da sociedade, que é a família, qualquer que seja a configuração da família. (…) Preconceito é o maior sinal de burrice que um ser humano pode externar.
A Riachuelo é a maior empregadora de transexuais do Brasil. O empresário faz questão de não misturar os assuntos.
Nós somos uma das primeiras empresas do Brasil que tanto no cartão Riachuelo como no crachá damos a opção para a pessoa usar o nome do gênero de batismo ou o nome civil.
Defender que todas as pessoas exerçam sua cidadania de forma plena é um dever de todos. Impor, sobretudo às crianças, uma ideologia é algo bem diferente.
O que me deixa indignado é a tentativa de fazer uma faxina dos valores morais da sociedade.
Flavio Rocha também respondeu perguntas espinhosas, como a acusação de que recebia mesada mesmo depois dos 30 anos, a de que recebeu dinheiro do BNDES e a de que empresários eram coniventes com todo o estado de corrupção dos últimos governos.
O grande culpado dessa situação realmente são muitos que poderiam estar contribuindo e ficaram na zona de conforto ou das suas instituições ou das suas empresas, então eu vou continuar sujeito a essas acusações. É muito difícil você continuar o debate no nível das ideias.
O empresário garante que o movimento Brasil 200 não é lançamento de candidatura.
Escuta: eu não sou candidato a nada, não tô pedindo voto. Vamos falar das ideias.
O CEO da Riachuelo tem tido a vida virada do avesso desde que começou a falar de ideias para mudar o país. Será que ele realmente acredita que vai juntar outros empresários dispostos a passar pelo mesmo processo até as eleições de 2018?
A coisa mais gratificante e que paga todos os chutes na canela que eu tenho tomado (…) é ver a quantidade de gente, pessoas ilustres, formadores de opinião em diversas áreas que estão se engajando no movimento.
