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A corrida para o Senado em São Paulo conta com 18 candidatos. Como cada um tem dois candidatos a suplente, são 36 em busca de um posto como “reserva” no Congresso Nacional. Os postulantes à suplência costumam aparecer pouco no horário de TV e nas atividades de campanha, mas muitos deles acabam se tornando figuras de relevo na política.

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Especialmente em São Paulo, estado em que os três senadores titulares atuais se licenciaram do cargo em algum momento para ocuparem um ministério. Um dos parlamentares, Aloysio Nunes (PSDB), é o ocupante de momento do Ministério das Relações Exteriores e abriu o caminho para que Airton Sandoval (MDB) tenha uma cadeira no Senado.

“Estou aqui para trabalhar pela população de São Paulo e pelo Brasil, como Aloysio fez enquanto este aqui”, disse Sandoval. Ele, que decidiu não se candidatar nas eleições desse ano, relatou ter sido pego de surpresa com a decisão de Aloysio de se integrar ao governo de Michel Temer, tomada em março do ano passado. “Foi surpreendente ter que reorganizar a vida em torno de um mandato novamente, mas assumi com compromisso e tenho feito o possível para honrar o cargo”, destacou.

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Assim como Sandoval, há outros 15 suplentes no exercício do mandato no Senado. A figura do suplente costuma ser questionada por analistas políticos e pela mídia, que contestam o número expressivo de “senadores sem voto” – ao longo da atual legislatura, 41 suplentes chegaram a ocupar a titularidade em algum momento, segundo levantamento do portal G1. Outro ponto que motiva divergências é o expressivo número de primeiros suplentes que custeiam as campanhas dos titulares. Em 2010, por exemplo, os candidatos emedebistas Roberto Requião (PR) e Vital do Rego (PB) receberam doações de mais de R$ 850 mil dos titulares.

A possibilidade de aporte financeiro foi um dos fatores relevantes para que o candidato Mário Covas Neto (Podemos) selecionasse seus suplentes, Raul Abreu e Ricardo Calvet. “Ambos têm uma história partidária e uma formação acadêmica que os habilitam a exercer qualquer função. Mas eu escolhi pessoas que também pudessem me ajudar a fazer frente a essa campanha de senador. Principalmente por eu ser de um partido pequeno, com menos acesso a fundos partidários. Então eu procurei alguém que pudesse, também, aliado a todos os predicados pessoais, fazer frente a eventualmente um suporte do ponto de vista econômico da campanha”, apontou.

Apoio partidário
Apesar de 14 das 18 chapas ao Senado em São Paulo serem “puro sangue” – ou seja, formadas por três pessoas do mesmo partido -, nas demais observa-se o padrão de agregar diferentes legendas dentro de uma mesma candidatura. É o que se observa no registro de Mara Gabrilli (PSDB), que é acompanhada por Alfredo Cotait e Ivani Broscolo, ambos do PSD.

Cotait, aliás, é experiente em ocupar a suplência. Ele esteve no cargo durante o mandato de Romeu Tuma, entre 2003 e 2011, e exerceu o posto de senador após a morte do titular. E concorreu como suplente de Gilberto Kassab em 2014.

O ex-senador defende que os suplentes participem da campanha do titular, mas “não a ponto de confundir o eleitor sobre quem vai receber o voto”. Ele também aposta que o suplente pode dar uma contribuição importante ao longo do mandato.

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“O suplente pode muito bem participar de toda a atividade da casa. O que não pode é votar, mas ele pode acompanhar o titular. O suplente é muito mal avaliado pela mídia, com a ideia de “eu não votei no suplente”. Por isso é importante o eleitor olhar o titular e o suplente. Porque o suplente faz parte da chapa e é uma peça importante”, declarou.

Coletivo e celebridade
A proposta mais inusitada entre as chapas para o Senado em São Paulo é da Rede. O partido da presidenciável Marina Silva apresentou uma candidatura com três mulheres que assumiram o compromisso de dividir o mandato de forma igual entre si. Elas pretendem usar licenças para garantir que cada uma fique 32 meses na titularidade do mandato. A ideia está até no nome de urna utilizado pela titular – Moira Lázaro da Silva será identificada pelos eleitores como “Moira Lázaro Mandato Coletivo”.

Mas o candidato a suplente mais célebre é o astronauta Marcos Pontes, que concorrerá como “segundo reserva” na chapa de Major Olímpio (PSL). Ele, que ganhou fama ao se tornar o “astronauta brasileiro” em 2006, ficou entre os cotados para ser vice de Jair Bolsonaro na corrida presidencial.

“Fui convidado pelo Bolsonaro para ficar num ‘grupo de reservas’ entre os possíveis nomes para a vice-presidência. No domingo da convenção partidária, meu nome parecia que seria escolhido. Mas depois eles fizeram aliança com o PRTB, o partido do General Mourão, e eu voltei para a reserva”, disse.

Pontes afirma não ter ficado frustrado com o fato de a expectativa de ser candidato a vice-presidente ter se tornado a nomeação para a segunda suplência no Senado por São Paulo. Ele alega ter outros planos pessoais e até mesmo um convite para um novo voo espacial em 2019.

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