Dilma Rousseff está tranquila na liderança para a corrida ao Senado Federal por Minas Gerais, mas tem gente que não quer permitir que ela siga assim.
A candidata a deputada federal Danielle Cunha (MDB-RJ), filha de Eduardo Cunha, pediu que a Justiça Eleitoral negue seu registro de candidatura.
O pedido foi apresentado nesta segunda-feira ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais com a alegação de que Dilma está inelegível por oito anos desde seu impeachment, em 2016.
Mas a questão é que, naquela ocasião, o Senado decidiu que ela perderia o cargo, mas não ficaria inelegível.
A filha de Cunha, no entanto, aponta que a decisão do Senado Federal em “decretar a perda do cargo de Presidente da República sem a inabilitação para exercício da função pública viola frontalmente a Constituição da República, não podendo ser considerada apta a conferir capacidade eleitoral passiva a ora candidata Dilma Rousseff para o pleito 2018”.
Danielle Cunha usa como exemplo o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, dizendo ser indissociável a inelegibilidade do afastamento do mandato.
Ela ainda se apóia no artigo 52 da Constituição, que trata do crime de responsabilidade, e que já foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal em duas oportunidades sendo reconhecida a indissociabilidade entre as penas.
A questão remete diretamente ao STF, que pode sofrer pressão para levar ao plenário o mérito do mandado de segurança que pede a proibição para que Dilma ocupe qualquer cargo público.
A coisa se arrasta desde setembro de 2016, quando o senador Magno Malta (PR-ES) teve pedido de liminar negado pela ministra Rosa Weber.
Magno Malta é contra o fatiamento feito pelo Senado, que separou a perda do cargo e a inelegibilidade de Dilma e vem batendo na mesma tecla hoje batida pela filha de Eduardo Cunha, que aponta ser inconstitucional a divisão.
Nos bastidores, ministros do Supremo sustentam que com o registro da candidatura de Dilma, obrigatoriamente a pauta terá que ser levada em frente.
Nas redes sociais, nesta quarta, Dilma fez questão de relembrar um trecho de sua fala a estudantes de Harvard e do MIT, em abril, insistindo em dizer que seu impeachment não passou de um golpe.
“Qual foi o high-crime que eu cometi? Me acusaram de ter feito atos que todos os presidentes eleitos antes de mim, e eu mesma, ao longo do meu governo, primeiro governo, pratiquei. Os atos que eu pratiquei foram embasados em fundamentos jurídicos. Eu tenho certeza que os americanos que estão aqui se indignariam se o Congresso de vocês destituísse um presidente eleito nessas condições. Ou seja, no caso do Brasil, sem crime de responsabilidade”, falou naquela ocasião.
E não é só no cenário político que as coisas não vão bem para Dilma. Neste domingo ela foi hostilizada por uma mulher enquanto dava suas costumeiras pedaladas (de bicicleta, desta vez), pela Pampulha, em Belo Horizonte.
Ela ouviu diversos palavrões e xingamentos como “vagabunda”, que partiu da mulher que filmava e compartilhou o vídeo.
Na cena é possível ver que Dilma chegou a falar algo, mas não dá para entender exatamente o que foi respondido.
Enquanto isso, como disse no início, a ex-presidente segue na liderança.
Nesta quarta-feira saiu nova pesquisa Datafolha e Dilma está com 25% das intenções de voto.
A segunda cadeira mineira está bastante concorrida, pois na sequência figuram o Jornalista Carlos Viana, do PHS, o Datena de Minas, com 11%; Coronel Lacerda, do PPL, com 8%; Professor Túlio Lopes, do PCB, com 8%; e Bispo Damasceno, do PPL, com 7%.
Rodrigo Paiva, do Novo, Vanessa Portugal, do PSTU, Rodrigo Pacheco, do DEM, e Jaime Martins, do PROS, estão com 6%.
Dinis Pinheiro, do SD e Ana Paula Alves, do PCO, estão com 5%; enquanto Jorge Luna do PT, Kaká Menezes da Rede, e Edson André dos Reis, do Avante, estão com 2%. Por fim, Duda Salabert do PSOL, figura com 1% das intenções de voto.
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo. A margem de erro é de 3 pontos e o índice de confiança de 95%.
Foram ouvidos 1214 eleitores de todas as regiões de Minas Gerais e o registro no TSE é BR 04023/2018.
Nesse cardápio mineiro, desta vez Dilma rejeita a torta de climão, mas já é possível sentir cheiro de batata assando.
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