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O tweet do procurador Deltan Dallagnol, em que o membro da força-tarefa da Lava Jato falou que ficaria em “oração e jejum” por mobilização a favor da prisão dos condenados em segunda instância, gerou repercussão na internet principalmente por parte dos críticos da operação, que viram na postagem um “uso indevido da religião” e ataques ao estado laico.

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A controvérsia, entretanto, não é endossada pelo jurista Modesto Carvalhosa. Segundo o advogado, Dallagnol “utilizou as liberdades que a Constituição dá” ao se posicionar.

“O Dallagnol é um fervoroso batista, e ao fazer esse jejum está se manifestando como cidadão. Ele estaria violando o estado laico se, por exemplo, justificasse suas ações como procurador com base na bíblia, ou se colocasse seu gabinete para agir de acordo com convicções religiosas”, disse Carvalhosa, em entrevista ao blog A Protagonista.

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Ataques
Militantes de partidos de esquerda e aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também utilizaram as redes sociais para atacar o procurador. O pré-candidato a presidente pelo PSOL Guilherme Boulos ironizou a atitude de Dallagnol, dizendo que ele faz um “coaching milagroso”. A ironia foi o caminho também adotado pela deputada estadual Manuela D’Ávila, outra pré-candidata a presidente pelo PCdoB, que disse que o jejum deve ser feito “em secreto, não no Twitter”.

O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, do PT, chamou a ação de Deltan de “fundo do poço”, e a deputada Maria do Rosário, também do PT do Rio Grande do Sul, disse que Deltan “faz um uso impróprio da religião nas atribuições profissionais de uma carreira de estado, portanto laicas”.

Quem pegou mais pesado, entretanto, foi o senador Lindbergh, do PT do Rio de Janeiro. Ele escreveu, abre aspas: “Deltan PowerPoint Dallagnol é uma figura patética. Um procurador do MP que anuncia jejum contra a Constituição nem disfarça o seu ativismo cretino”.