Dentro do período de transição que já começa, o economista Paulo Guedes, que deve ser o futuro ministro da Fazenda da gestão de Jair Bolsonaro, tem tido bastante trabalho.
Muitas reuniões internas estão sendo feitas neste início de semana e já é possível traçar alguns caminhos que o futuro governo tomará.
Nesta terça-feira, Paulo Guedes deixou claro que aprovar a reforma da Previdência é uma prioridade.
Inclusive fala sobre a proposta da criação de um regime novo para a Previdência das futuras gerações, com modelo de capitalização.
“Eu passei dois anos dizendo: ‘aprovem a reforma da Previdência’. É evidente que eu não posso só agora, porque passei para o governo e botei um chapéu vou dizer ‘não aprovem a reforma da Previdência’? Tenho que dizer: ‘aprovem a reforma’. Nós vamos criar uma nova Previdência com regime de capitalização, mas existe a antiga que está aí. Além do novo regime que deveremos criar para as futuras gerações, temos que consertar essa que está aí. O dinheiro tem que ir onde o povo está. O povo precisa de saúde, educação e saneamento. Ao invés do dinheiro ficar em Brasília e alimentar a corrupção, tem que descer para os estados e municípios para chegar às áreas sociais”.
Hoje, os aposentados recebem pela contribuição de quem trabalha atualmente. E o governo tem que cobrir o que falta, ou seja, a diferença entre o que é receita e a despesa.
O modelo de capitalização, é como uma poupança, e já é usado no Chile, por exemplo. Uma conta é criada e o contribuinte deposita os valores que virarão sua aposentadoria.
Paulo Guedes também negou que o governo Bolsonaro usará as reservas internacionais do país, exceto ocorra um “ataque especulativo”, que faça dar disparada ao dólar, chegando próximo da barreira dos que faça o dólar atingir o patamar de R$ 5.
“Eu acabei explicar para vocês que se tentarem empurrar o dólar para R$ 5, não tem problema nenhum. Nós vamos reduzir a dívida interna, só isso. O que existe hoje sobre a venda de dólares é que, se houver uma crise especulativa, vai acelerar nosso ajuste fiscal, pois vamos vender US$ 100 milhões. Qualquer economista bem preparado conhece o que chamamos de política de esterilização. Quando há ataque cambial você reduz um pouco as reservas recomprando a dívida interna”.
O economista do time de Bolsonaro também aproveitou para ‘dar uma dura’ em Onix Lorenzoni, deputado e futuro ministro da Casa Civil.
O político disse que não enxergava pressa para votar a reforma, e Guedes fez questão de dizer que cada especialista deve falar sobre sua área.
“Houve gente falando que não tem pressa em fazer a reforma da Previdência. Gente do próprio governo. Aí o mercado reagiu mal. Vocês [jornalistas] estão assustados por quê? É um político falando de coisa de economia. É a mesma coisa que eu sair falando de política. Não dá certo, certo?”
Ainda nesta terça-feira outra questão foi abordada por Paulo Guedes. Ele respondeu sobre uma declaração tida como ‘atravessada’ dada a uma jornalista argentina na segunda-feira.
A jornalista perguntou sobre a posição do governo Bolsonaro sobre o Mercosul. E Paulo Guedes, ‘a la Bolsonaro’, foi direto, dizendo que o assunto não era prioridade do governo.
Hoje, Guedes disse que “em nenhum momento quis desmerecer a Argentina”. Segundo o economista, o foco atual é resolver os “desequilíbrios internos”.
Fato é que essa declaração deixou muita gente ligada ao bloco preocupada e surpresa, inclusive pelo fato específico do Brasil, ser um dos grandes destinos das exportações da Argentina.
O La Nación, jornal de Buenos Aires, estampou: “O Mercosul não será prioridade para governo Bolsonaro”.
A questão é que falta muito mais para o Mercosul evoluir. Há bons acordos, mas nem de longe se compara a outros blocos de países.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF