O PDT quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) reveja uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que modificou as regras para pagamento de pensões por morte a filhas solteiras de servidores públicos federais. A ação direta de inconstitucionalidade (ADI) questiona uma revisão feita pelo TCU em 2014, que passou a exigir da mulher a comprovação de dependência econômica.
O benefício é assegurado a filhas solteiras de servidores federais com mais de 21 anos que perderam os pais até 1990 — quando houve a revogação da lei, de 1958, que instituiu o pagamento.
LEIA MAIS: Estudo do CNJ para controlar penduricalhos de juízes está nas mãos de Cármen Lúcia há cinco meses
Na ação, o partido aponta que o TCU desconsiderou o princípio do direito adquirido e colocou as pensionistas sob insegurança jurídica, na medida em que o dinheiro pode ser cortado “a qualquer momento, por uma interpretação completamente subjetiva e presumida”.
Além da ação do PDT, outros 335 questionamentos sobre o tema tramitam no STF e na Justiça Comum. A enxurrada de ações começou em 2016, quando a Corte determinou a suspensão do pagamento a mulheres que possuíam renda própria comprovada — empresárias, beneficiárias do INSS e trabalhadoras da iniciativa privada.
Uma auditoria do Tribunal identificou indícios de pagamento indevido a mais de 19 mil mulheres — montante que chega a R$ 63 milhões por mês. Apesar da decisão de suspensão, o TCU afirma que não há levantamentos recentes sobre quantas pensões deixaram de ser pagas.
Em 2017, a Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps) conseguiu no Supremo a garantia de pagamento a mais de 100 mulheres associadas. Segundo o advogado da Associação, Bruno Fischgold, do Torreão Braz Advogados, o Tribunal tem agido de forma inconstitucional.
“O Tribunal se mostrou incomodado com a situação porque, por estarmos em um novo contexto, o pagamento desses pensões acaba chamando muita atenção. O problema é que o TCU fez o que não poderia ser feito: modificou os critérios para pagamento das pensões e desrespeitou o princípio do direito adquirido”, defende.
O advogado Constitucionalista Adib Abdouni avalia, no entanto, que a restrição do benefício é legal. Para ele, cabe ao TCU sobrepor os direitos coletivos aos individuais. “O interesse público sempre está acima do direito privado, sobretudo em relação à Previdência.”
Outro lado
Procurado, o PDT não retornou aos questionamentos enviados pela Gazeta do Povo até o fechamento da reportagem.
TCU mantém suspensão de pensão
Na quarta-feira (28), o plenário do TCU definiu que a decisão final sobre a suspensão dos pagamentos às pensionistas ficará a cargo do relator da ação, Haroldo Cedraz. O ministro deve estabelecer se espera a manifestação do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria ou se mantém o acórdão de 2016 que determinou o corte das pensões com indícios de irregularidades.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Eleição para juízes na Bolívia deve manter Justiça nas mãos da esquerda, avalia especialista
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF