Folhetos espalhados perto de seções de votação em Fortaleza (Marcelo Camargo/Agência Brasil)| Foto:

O cientista político Murillo de Aragão, da consultoria Arko Advice, afirmou que o novo modelo de financiamento de campanhas faz com que a “grande batalha eleitoral do país” ocorra nas redes sociais.

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“Hoje, o teto de despesas de uma candidatura presidencial é menor do que o que foi gasto oficialmente pelo [marqueteiro] João Santana na candidatura da [ex-presidente] Dilma. Imagine a pindaíba das campanhas no próximo ano. Os grandes esforços vão estar direcionados para as redes sociais.”

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A reforma política sancionada em outubro prevê um Fundo de Financiamento com recursos públicos e, dentre outras mudanças, limita os gastos de campanha. Cada candidato a presidente poderá gastar até R$ 70 milhões, por exemplo. Em 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff declarou ter gasto R$ 318 milhões, valor quase cinco vezes mais alto que o teto previsto para 2018.

Para a jornalista Cristina Tardáguila, diretora da Agência Lupa de checagens, com orçamento menor, candidatos e militantes devem aproveitar os recursos disponíveis na Internet — terreno fértil para a criação e divulgação de notícias falsas.

“Não há nenhuma possibilidade de o Brasil passar pelas eleições de 2018 sem ser alvo de grande produção de notícia falsa. O que, provavelmente, a gente vai ver, é o que aconteceu nos Estados Unidos, na França e na Inglaterra: a proliferação de informações de interesse político, seja para proteger ou prejudicar alguém.”

Aragão considera que a “viralização” de notícias falsas no âmbito eleitoral é uma ação política e que, portanto, precisa ser encarada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não resta dúvidas de que [as notícias falsas] podem afetar as eleições porque a propaganda já afetava o processo eleitoral.”

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