De olho no Planalto, o Podemos, partido do senador e pré-candidato à Presidência Alvaro Dias (PR), recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar aumentar o tempo gratuito de propaganda em rádio e tevê durante as eleições. A ação de inconstitucionalidade também é assinada pelo Partido Progressista (PP).
Desde 2006, os comerciais eleitorais são divididos entre os partidos de forma proporcional ao número de candidatos e de deputados federais eleitos por cada sigla. O Podemos e o PP argumentam, entretanto, que o critério “desprestigia” a representatividade.
O PP, que elegeu 36 deputados em 2014, conta, agora, com 51. Já o Podemos, à época PTN, quadruplicou o número de parlamentares desde as últimas eleições proporcionais: elegeu 4 deputados e saiu da janela partidária deste ano com 17.
LEIA MAIS: Delegados da PF questionam punição a delegado que pediu investigação contra Temer, Alckmin e Aécio
Com um salto na composição da bancada na Câmara, o Podemos reivindica que a lei considere o número de deputados em 28 de agosto de 2017 — data que será utilizada para a distribuição do “fundão eleitoral”, que irá ratear R$ 1,7 bilhão entre as legendas em 2018.
Presidente do Podemos e coordenadora política da pré-campanha do senador Alvaro Dias, a deputada federal Renata Abreu (SP) afirma que a pressão provocada pela Operação Lava Jato, iniciada em 2014, reconfigurou as bancadas partidárias. Ela diz que as campanhas eleitorais deveriam levar em conta o fortalecimento de partidos menores e que, frente à possibilidade de que Dias consiga poucos segundos na tevê, o partido se articula com outras cinco legendas.
“Quanto custa alguns minutos a mais em rede nacional? [O desequilíbrio na distribuição do tempo] é o maior abuso de poder institucional que existe em uma eleição. É muito complicado que as grandes legendas tenham muito mais tempo do que outros partidos para divulgarem, ou melhor, ludibriarem a população.”
Professor de Direito Eleitoral da Escola da Magistratura de Santa Catarina, o advogado Mauro Antonio Prezotto avalia que, embora a adoção de critérios distintos para a distribuição do “fundão” e do tempo de tevê seja incoerente, não há ofensas à Constituição.
“Se fosse para estabelecer um parâmetro mais ‘justo’, como os partidos argumentam, a data deveria ser observada seis meses antes da eleição, quando acaba o período da janela partidária”, diz. “Tanto o Podemos como o PP, que hoje estão buscando a adoção de uma nova regra, amanhã podem ser vítimas dela. Em 2018, eles conseguiram atrair uma bancada considerável, mas pode ser que nas eleições de 2022 ocorra o contrário.”
Eleições em 2025 serão decisivas na disputa entre esquerda e direita na América do Sul
Exército inaugura primeira unidade militar brasileira especializada em destruir tanques
Qual será a agenda econômica para 2025?
Desempenho fraco de alunos de escolas privadas em matemática expõe crise da educação no Brasil
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF