O Democratas lança na quinta-feira (8) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), como nome do partido para a disputa presidencial. O parlamentar será confirmado o nome democrata em convenção que o partido promove em Brasília, que elegerá o prefeito de Salvador, ACM Neto, como novo comandante nacional da legenda.
Caso Rodrigo Maia realmente participe da disputa pela sucessão de Michel Temer, será a primeira vez, desde 1989, que o DEM terá um candidato presidencial. Em todas as eleições desde então o partido apoiou os indicados pelo PSDB – histórico que faz com que, para muitos analistas, a pré-candidatura de Maia não deva durar até o período efetivamente eleitoral.
“A pré-candidatura de Rodrigo Maia não é uma bravata. É a expressão e um desejo de um grupo”, enfatizou ao blog A Protagonista o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), que é um dos vice-presidentes do partido.
Segundo Aleluia, a convenção deverá marcar um momento de reabilitação do DEM. O partido, um dos mais antigos do Brasil, era uma das principais forças políticas até a chegada do PT à Presidência da República, mas viu sua influência diminuindo durante a era petista. Ultimamente tem ampliado sua bancada e quer coroar o “ressurgimento” com a candidatura presidencial.
“O Democratas se manteve na oposição, se manteve fiéis aos seus valores, e formou lideranças jovens e dispostas a lançar um grande partido. Nós pretendemos estar entre os maiores. Quando começou a era petista, nós tínhamos 106 deputados. Não sei se em uma eleição nós atingiremos isso. Mas certamente em duas eleições atingiremos”, declarou Aleluia.
Se realmente for candidato, Rodrigo Maia terá vida difícil. A única vez em que o presidente da Câmara disputou uma eleição majoritária foi em 2012, quando concorreu à prefeitura do Rio de Janeiro, e teve menos de 3% dos votos válidos. Pesquisa CNT/MDA para a Presidência da República divulgada na terça-feira (6) verificou que, em todos os cenários possíveis, o melhor desempenho de Maia é de 1,4% das intenções de voto.