O destino político da ex-presidente Dilma Rousseff permanece uma incógnita. A petista transferiu seu título de eleitor de Porto Alegre para Belo Horizonte, cidade em que nasceu, e criou a expectativa de que poderia ser candidata ao Senado pelo PT em Minas Gerais. A ideia, no entanto, sacudiu o jogo político local: por dificultar a manutenção da aliança entre PT e PMDB no estado e por desagradar outras lideranças petistas que pleiteavam a vaga na chapa, como o deputado federal Reginaldo Lopes.
Mas para a presidente do PT de Minas Gerais, Cida de Jesus, a candidatura de Dilma a senadora é a melhor saída. “Dilma será recebida em Minas no espaço que ela achar que deve, que nós estamos torcendo para que seja no Senado. Existe um desejo grande dos mineiros e das mineiras que ela seja candidata ao Senado”, explicou.
Cida ressaltou que o partido ainda não desenvolveu conversas efetivas sobre o tema. “Ela ainda não nos deu o OK e nós não construímos esse debate. Ela está em viagem, fazendo a defesa da democracia, e do ex-presidente Lula. Quando ela voltar, nós vamos discutir”, disse.
A presidente do PT-MG disse considerar que o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), é favorito à reeleição e que espera que o PMDB prossiga na aliança que venceu as eleições de 2014.
“Tem setores do PMDB em Minas Gerais, que sempre estiveram conosco do ponto de vista da governabilidade, do ponto de vista da construção da política. São setores que querem ver Minas avançar. Nós não dissemos não à aliança com esses setores do PMDB”, apontou. Durante o processo do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, todos os deputados federais do PMDB-MG votaram a favor do afastamento.