Uma pesquisa DataFolha revelou que a grande maioria da população é favorável à redução da maioridade penal, como você já leu aqui na Gazeta do Povo mais cedo. Mas será que a dose da substância que o Congresso pretende colocar em discussão é remédio ou veneno? Procuramos a professora de Direito Penal da USP Janaína Paschoal, que lida no dia-a-dia com esses casos.
Na prática, os adolescentes cumprem penas maiores que os adultos pelos mesmos crimes. Isso não sabemos se a população tem conhecimento.
Na maior parte dos casos, a punição dispensada aos adolescentes é mais firme, mais significativa do que aquela dispensada aos adultos.
Janaína Paschoal explica com a referência básica dos que desviaram bilhões durante a Lava Jato.
É raro alguém ficar 3 anos preso na íntegra, já com relação ao adolescente não é raro que alguém fique 3 anos internado.
A advogada cita ainda outro ponto: quem é que manda nos presídios?
Nós daremos mão-de-obra barata para o crime organizado. Hoje em dia ninguém nega que os presídios estão dominados pelo crime organizado. Jogar adolescente lá é só piorar, no longo prazo a situação da Segurança Pública… ou melhor, da INsegurança Pública
Dos projetos que hoje tramitam no Congresso, ela é favorável a uma análise para que se dê tratamento duro a quem não tem condições de ressocialização por agir com crueldade e atentar contra a vida, a questão deve ser a periculosidade.
Sou totalmente contrária a uma redução genérica da maioridade penal e um aumento do prazo de internação de maneira genérica.
Todas as últimas grandes modificações penais vendidas pelos parlamentares como solução foram tiros que saíram pela culatra. A lei dos crimes hediondos aumentou todos eles. O aumento da pena por estupro diminuiu em média em 50% a pena final dos estupradores.
Mas nós, brasileiros, continuamos acreditando em bravatas mais do que em matemática. Janaína Paschoal defende que sejamos pragmáticos ao falar de Segurança Pública.
Eu sei que a população tem outra expectativa, porém, eu sei, pela minha experiência eu entendo que essa expectativa na verdade não confere com o que uma medida como essa traria em termos práticos.
Para a advogada, o que deve ser feito é aumentar o prazo de internação, com o adolescente separado dos adultos, no caso de crimes graves.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião