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Rodrigo Fernandes, o Jacaré Banguela, é um dos principais nomes do humor na internet brasileira. O portal que leva seu pseudônimo é um dos mais acessados do país e seu canal no YouTube tem mais de 500 mil inscritos. Aliás, sua presença vai além da web: Fernandes tem consolidado a carreira de roteirista e ator, percorrendo o país com a peça “O namorado da minha namorada”.

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Em entrevista a Madeleine Lacsko, Fernandes defendeu o humor como meio para fazer com que mais brasileiros se interessem por política. “O humor é uma grande ferramenta para explicar a política para o povo comum”, disse.

Ele, que se define como um humorista que “bate em todos os políticos”, elogiou os colegas de profissão que são transparentes com o público em relação às suas preferências ideológicas: “acho honesto um humorista ter uma linha partidária e fazer humor de acordo com ela. É melhor do que os que têm e fingem que não têm”. Ele também disse considerar natural que o PT tenha sido alvo, por muito tempo, de mais piadas que os outros partidos – “se batia mais no PT porque era o partido do governo. A tendência agora é bater no Michel Temer, e posteriormente no que vier depois dele”.

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Fernandes contou na entrevista que responde a dois processos motivados por piadas que fez. Uma delas, realizada num show do stand up comedy, brincava com um espectador que não tinha “saído do armário”.

“Quando o show acabou, o cara foi ao camarim para dizer que iria me processar. Disse para ele ficar à vontade. Mas eu acho que quem move um processo por uma piada atrasa a justiça brasileira. A justiça tem coisa muito mais importante para julgar”, atacou.

Preconceitos e debates
Fernandes criticou uma tendência atual de representantes de minorias, a de restringir o debate sobre determinados temas apenas aos grupos afetados por preconceitos. E citou o próprio exemplo para justificar a ideia: “se eu não puder discutir um tema, vou continuar com os preconceitos que tenho, e perpetuá-los”.

O humorista contestou também a ideia do “política não se discute”. “Tudo se discute! Quando se bloqueia uma discussão, não se evolui sobre esse assunto”, apontou.

Segundo ele, o público do humor tem a capacidade e o poder de apresentar aos humoristas o que quer consumir. “Os humoristas não se censuram; quem diz para a gente que não podemos falar alguma coisa é o público”, afirmou.

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