CPI mista da JBS propõe proibir acordos de colaboração premiada com presos (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)| Foto:

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho, afirmou que a proposta do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) de proibir acordos de colaboração premiada com presos visa defender os políticos que estão na mira das investigações.

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“O projeto não se sustenta em pé, mas tem a função política de atacar a credibilidade da colaboração premiada e defender, no caso do deputado Wadih Damous, líderes do Partido dos Trabalhadores como o ex-presidente Lula.”

Criticada pelo juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, por limitar o acesso do réu à defesa, a ideia havia sido apresentada pelo deputado Damous em 2016 e voltou à discussão após ser incorporada ao relatório da CPMI da JBS.

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Damous alega que as prisões no âmbito da Lava Jato têm sido usadas como instrumento de pressão sobre os acusados (veja o vídeo abaixo). “Os abusos praticados nos acordos de colaboração premiada, sobretudo pelo Ministério Público Federal, incluindo aí sua cúpula, demonstram que a legislaçãoo demanda urgente aprimoramento.”

“Talvez o deputado Wadih Damous, de propósito, não esteja querendo perceber que a lei não se refere apenas a organizações criminosas de colarinho branco, mas também a organizações violentas e mafiosas. Quer dizer que matador precisa ser solto, então?”, critica Robalinho.

O advogado constitucionalista Rodrigo Lago, Secretário de Transparência do estado do Maranhão, defende que, embora a sugestão seja inconstitucional, é preciso garantir que a prisão não seja usada como instrumento de coação.

“Não há como restringir o direito de um cidadão que está preso de acessar o benefício penal da colaboração premiada, mas o Estado tem que buscar mecanismos eficientes para impedir que a prisão comece a servir de instrumento para forçar a celebração de acordos.”

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