O secretário-geral do PSDB, deputado federal Marcus Pestana (MG), afirmou nesta quarta-feira (17) que a carta divulgada pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, em que o tucano acusou o partido de não fazer “nenhum movimento real” pelas prévias presidenciais, não chegou oficialmente ao partido. No texto, divulgado em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Virgílio reclama da baixa mobilização empreendida pelo PSDB e pede também a criação de um “portal da transparência” interno, com informações sobre as finanças partidárias.
Pestana disse que está em “contato direto” com Arthur Virgílio e que a direção do PSDB já atendeu a algumas reivindicações do prefeito, como a disponibilização da lista de filiados aptos a votar na consulta interna. “Eu não acredito que nada tenha sido feito”, disse o deputado.
O parlamentar afirmou ainda que o partido realizará uma reunião no próximo dia 7 em que definirá o calendário de debates das eleições prévias e as regras de financiamento da disputa. Nessa mesma reunião, o PSDB definirá regras para a pré-candidatura – embora a votação seja aberta a todos os filiados, o partido pretende estabelecer uma “nota de corte” aos pré-candidatos, como o apoio de parlamentares federais ou membros da executiva nacional da legenda.
Virgílio disputa com o governador Geraldo Alckmin (SP), que é presidente nacional do PSDB, a vaga de candidato tucano nas eleições presidenciais de 2018. O prefeito de Manaus apresentou sua pré-candidatura em novembro e, com isso, rompeu um certo clima de unanimidade que havia no PSDB em torno do governador paulista, que passou a estar consolidado quando outro nome que chegou a ser cogitado ao Planalto, o do prefeito paulistano João Doria, começou a ver sua popularidade decair.
Essa será a primeira vez que o PSDB fará eleições prévias para a escolha do candidato a presidente. O partido discute o formato desde 2002, mas em todos os casos anteriores a decisão acabou sendo tomada a portas fechadas.