A Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira (11) a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). O projeto, apelidado de “SUS da segurança” pela inspiração no sistema de saúde, tem como grande objetivo proporcionar a integração das diferentes forças de segurança que existem no Brasil, como as polícias estaduais, a polícia federal e outros órgãos.
Pela proposta aprovada ontem, essas ações serão coordenadas pelo Ministério da Segurança Pública, recentemente criado.
“Hoje, nós temos 27 polícias militares que não se conversam entre si, 27 polícias civis que não conversam, a polícia civil e a militar não se conversam, assim como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Ou seja, é uma Torre de Babel. Então esse projeto vem realmente para estabelecer as comunicações, definir realmente o papel das polícias. Com certeza, vai ser um grande avanço”, disse o deputado federal Capitão Augusto (PR-SP), apoiador da proposta.
A aprovação do Suspe foi uma grande derrota para partidos de esquerda, como PT e PSOL. Não que eles fossem contra o projeto em sua totalidade. Ao contrário, a proposta até recebeu alguns elogios de membros da oposição – o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) foi um dos que enalteceu os méritos da iniciativa.
A questão é que a realização da votação em si era indesejada pelos representantes da esquerda, que, em protesto pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, haviam anunciado obstrução das votações no Plenário. Algo que deu resultado positivo na terça-feira, mas não perdurou no dia seguinte.
Além disso, alguns destaques apresentados pelos membros da oposição foram rejeitados pelo plenário. Um deles, de autoria de Chico Alencar (PSOL-RJ), buscava retirar das entidades que integram o sistema a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, proposta que acabou sendo derrotado por 263 votos a 8.
O projeto segue agora para avaliação do Senado.
