O presidente Michel Temer não compareceu à cerimônia que o Congresso realizou nesta segunda-feira (5) para marcar a abertura dos trabalhos em 2018. Apesar da ausência, o emedebista encaminhou mensagem aos parlamentares em que pediu empenho para a reforma da previdência.
“Na sessão legislativa que ora se inaugura, nossas atenções estão voltadas para a tarefa urgente de consertar a Previdência. O atual sistema é socialmente injusto e financeiramente insustentável. É socialmente injusto porque transfere recursos de quem menos tem para quem menos precisa, concentrando renda. É financeiramente insustentável porque as contas simplesmente não fecham, pondo em risco as aposentadorias de hoje e de amanhã”, disse o texto. O responsável pela leitura do documento foi o primeiro secretário da Câmara, Fernando Giacobo (PR-PR).
O reforço à necessidade da aprovação da reforma aparece em uma semana em que a votação da proposta tem sido tratado como algo cada vez menos possível de acontecer em 2018. Sondagens de opositores e do próprio governo indicam que o Planalto está longe dos 308 votos necessário para a aprovação da proposta. Ainda assim, ao menos no campo oficial, há ainda otimismo na base aliada.
“Eu acho que a reforma vai ser votada dia 20. A gente está trabalhando para que ela seja votada e que a gente possa resolver essa questão com o máximo de rapidez possível. Nós vamos tentar votar a reforma da previdência e depois tentar votar alguns temas, como a reforma tributária e outras tantas coisas”, disse ao blog A Protagonista o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP).
Memória
“A reforma da Previdência é uma questão de Estado brasileiro, pois melhorará a sustentabilidade fiscal do Brasil no médio e no longo prazos, proporcionando maior justiça entre as gerações atual e futura e, sobretudo, propiciando um horizonte de estabilidade ao país”. Essa frase foi dita pela então presidente Dilma Rousseff em 2016, também na abertura dos trabalhos do Congresso.
Na ocasião, já sob ameaça de um impeachment, a petista tentava convencer os parlamentares a aprovar o impopular tema. Hoje, o PT é a principal liderança na oposição à reforma.
“É preciso barrar a agenda do governo sem votos de Michel Temer que tem três peças básicas. Uma delas é a entrega dos direitos, seja na reforma trabalhista, ou da reforma da previdência; a segunda é entrega do país, com a privatização da Eletrobras, que tem ativos de por volta de R$ 400 bilhões, há a tentativa de privatizá-la por R$ 12 ou 18 bilhões e também a busca desesperada que esse governo tem efetivado para se livrar de qualquer investigação de corrupção”, apontou a deputada Erika Kokay (PT-DF).