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O fim de um ano e início de outro é momento de retrospectivas. Aqui, faremos um balanço de 2024 focando nos recordes de Lula 3, e também de alguns outros resultados que, mesmo sem bater recordes, ficaram acima da média – para o mal, claro.
O governo Lula 3 bateu o recorde de rombo nas empresas estatais: o buraco de R$ 7,4 bilhões é o maior desde que a série histórica começou a ser calculada em 2002. Vale relembrar que Salim Mattar, quando foi secretário de desestatização, fez uma pesquisa para descobrir em quantas empresas a União (sem contar estados e municípios) tem propriedade ou participação (porque nem isso se sabia ao certo), e chegou ao número de 637, outro recorde mundial.
Uma das bases eleitorais desse governo é a casta burocrática, que viu seu salário aumentar de forma exponencial nos primeiros dois governos Lula, diferenciando-se muito dos salários pagos no setor privado. Depois de uma parada, quando o ministro Paulo Guedes bloqueou novos concursos, Lula não decepcionou e voltou a gastar mais com os empregados estatais: R$ 382,2 bilhões, recorde desde quando a série histórica começou a ser calculada em 2008.
Lula 3 está mesmo levando a sério o “nunca antes na história desse país”!
Obviamente, tudo isso gerou um terceiro rombo, o maior de todos: o rombo das contas públicas, que atinge o valor de R$ 1,1 trilhão, outro recorde desde que a série histórica começou a ser calculada.
Pobre Lula; tamanho buraco deve ter ocorrido porque a economia vai mal e a arrecadação de impostos está caindo... só que não! O PIB está aumentando e a arrecadação também: subiu quase 10 ponto porcentuais acima da inflação, outro recorde!
Some-se tudo isso a outros fatores micro e macroeconômicos (inadimplência, produtividade, déficit, dívida pública) e a fatores políticos (ingerência no Banco Central, alinhamento internacional), e o resultado é a maior fuga de capital estrangeiro desde 2016 (quando começaram a calcular a série histórica): US$ 32,4 bilhões. Tudo isso leva ao sexto e ao sétimo recordes desse governo: a alta do dólar, que bateu R$ 6,26 antes de recuar só um pouquinho. Foi a maior cotação da história, senhores! E sejamos claros: não é tanto o dólar que sobe, é mais o real que cai. Sim, em 2024 o dólar se valorizou, mas o real se desvalorizou muito mais a ponto de ter sido a moeda que mais recuou em 2024, entre as mais negociadas mundialmente.
Essa fantástica performance não ocorre só na área econômica. A área do meio ambiente, tão presente no discurso de governos de esquerda, viu um recorde de queimadas dos últimos 14 anos – lembrando que os recordes precedentes também são de quando Marina Silva era ministra (2003-2008). Relacionado a este, vimos também o recorde de omissão e silêncio de artistas nacionais e globais!
Tivemos também recorde nas mortes por dengue, desde quando a série histórica começou a ser calculada: cerca de 6 mil pessoas. Mas isso não é genocídio, claro. E nem contamos aqui os recordes de 2023: o maior número de feminicídios desde 2015 e o recorde de mortes infantis indígenas, com 1.040 óbitos, aumento de 24% em relação ao ano anterior.
Recordes positivos? Não encontramos.
Algumas dessas marcas (mortes por dengue, fuga de capital estrangeiro, rombo das contas públicas, rombo nas estatais, rombo com o funcionalismo) são as maiores em determinado período de tempo porque as medições – e, consequentemente, as séries históricas – começaram poucos anos ou décadas atrás; se elas tivessem começado antes, o resultado poderia ser ainda pior. Veja-se a desvalorização do real e a arrecadação de impostos, que são recordes realmente históricos.
Que não se diga que esse governo não entregou resultados excepcionais: chegamos a nove recordes em 2024! Se esse for o governo que mais bateu recordes, isso por si só já levaria ao décimo recorde. Ainda temos dois anos promissores pela frente, vêm mais recordes por aí. Lula 3 está mesmo levando a sério o “nunca antes na história desse país”!
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos