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Muito se tem falado nos últimos tempos sobre liderança e sobre o papel que um líder deve exercer. Esta nomenclatura é hoje mais utilizada e aceita no mercado do que chefe, superior e outros nomes que até pouco tempo atrás eram comuns de ouvir. Isso porque a figura do temido chefe se baseia em uma pessoa que comanda um grupo, um departamento ou uma organização e é investido de poder para a tomada de decisões, sendo que só é procurado para a solução de problemas.
Já o líder, além de deter estas mesmas funções, também influencia o comportamento das outras pessoas através de suas ações, de modo que os resultados sejam alcançados da melhor maneira possível. Ou seja: por mais que ambos ocupem a posição de poder, entre essas duas figuras existem grandes diferenças que geralmente estão ligadas ao modo como o indivíduo exerce o seu poder dentro do grupo. Principalmente se de forma autoritária ou se ele consegue inspirar, estimular.
Ao refletir ainda sobre este momento que estamos vivendo a nível mundial, mais do que nunca países e empresas precisam de líderes conscientes, que assumam responsabilidades e que saibam liderar pelo exemplo através da inspiração. Em especial em momentos de crises como a instaurada pelo coronavírus é que algumas pessoas se destacam por seus gestos, ações e coerência perante aos seus comandados.
Ou seja, na prática não é difícil concluir que ser um líder, de fato, é para poucos. Mas tenho observado também que a solidão que boa parte dos líderes experimentam é provocada por eles mesmos. E é de fácil explicação, se o líder não criar um ambiente colaborativo, compartilhar e interagir, não vai ter apoio das pessoas de forma espontânea e sincera, voltando então a ser um chefe.
E para que isso não aconteça e, principalmente, para que você não se torne um chefe e deixe de ser visto como um líder, valorize seu time, delegue, confie. Abra mão de algumas vaidades! No livro Smart Money, eu abordo essa questão. Ele contém uma frase da qual gosto muito e que resume este ponto: “valorize seu time, ninguém é tão bom a ponto de fazer tudo sozinho”.
Boa parte deste movimento de delegar e realizar a gestão de pessoas e processos é o que motiva a inspiração e certifica um líder, principalmente em momentos de crise. O problema é que, no meio do caminho, alguns se perdem ou acabam se isolando quando nem tudo está sob seu controle ou como ele gostaria que fosse. Ter o apoio e compreensão da equipe que lidera é fundamental para superar qualquer desafio, e expor o que sente, o que almeja e até mesmo o que espera deles, não te torna mais fraco ou vulnerável, mas humano e acessível.
O líder que opta por sair da sua própria caverna e enfrentar a solidão é conhecido como aquele que orienta as pessoas a fazerem de bom grado aquilo que é proposto, geralmente pedindo e não impondo, além de estar aberto a considerar contestações para sua análise. Sua postura é sempre democrática, ou seja, mais voltada à participação de todos, priorizando o senso de justiça. Agregar e compartilhar são seus mantras.
Ao assumir a função de fazer com que uma empresa funcione adequadamente, distribuir o poder e as responsabilidades também é uma boa estratégia. Um líder de verdade agrega e administra forças e talentos, tem a compreensão da coletividade e do interesse coletivo. A capacidade do bom líder é medida pelo talento de sua equipe e dos resultados que ela produz.