O ranking de competividade dos Estados, construído pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Tendências Consultoria, mostrou que, em média, os estados mais competitivos são aqueles que justamente recebem menos recursos da União. Por exemplo, São Paulo, Santa Catarina e Paraná estão entre aqueles que menos recebem dinheiro do Governo Federal, mas são os entes federativos mais competitivos do país.
A correlação entre o índice de competitividade entre os estados mais competitivos com o recebimento de recursos do Governo Federal é de -0,87 (coeficiente varia de -1 a +1). O número sugere uma relação quase perfeita: quanto mais competitivo for o estado, menos ele recebe recursos do governo.
Essa relação sugere duas hipóteses. A primeira é que, por serem mais competitivos, não precisam de tantos recursos do Governo Federal. A segunda hipótese indica que são mais competitivos justamente pela menor interferência e dependência.
A segunda hipótese - mais competitividade está relacionada a menos Estado - é ratificada pela correlação de 0,63 com o índice de liberdade econômica. Em outras palavras, quanto menos governo, mais competitivo, em média, é o estado, conforme tabela abaixo.
Entende-se por menos Estado, menos impostos, burocracia, regulação e também dependência financeira do Governo Federal.
Uma das grandes falácias da economia é acreditar que determinada região não se desenvolve porque faltam investimentos estatais. Na verdade, é exatamente o contrário: regiões amplamente dependentes do Estado têm baixa capacidade de desenvolvimento.
A África é um exemplo. Mesmo com um volume gigantesco de recursos do Banco Mundial, ONU e ONG, o continente tem grande dificuldade de se desenvolver e prosperar. De acordo com o portal “The East African”, a África recebeu US$81,4 bilhões em assistência (Official Development Assistance) no ano de 2022.
Um dos pontos determinantes do atraso econômico dos países africanos é que a manutenção da pobreza se torna um grande negócio aos donos do poder. As cifras bilionárias recebidas por organizações estatais chegam nas mãos dos políticos e burocratas, para serem aplicadas em projetos de investimento em infraestrutura.
Evidentemente, o dinheiro é desviado para os bolsos pessoais de governantes e autoridades, e pouco é destinado para investimento nos países.
Sem investimentos, não há geração de renda e emprego, mantendo os países na pobreza. Com a permanência deles na miséria, é possível solicitar sempre mais dinheiro para ONU, Banco Mundial e ONG, alimentando esse ciclo perverso entre pobreza e corrupção.
É claro que a culpa nunca é atribuída aos governantes locais, mas ao capitalismo, ao mundo desenvolvido, ou ao processo de colonização africana pelos países europeus. Só omitem que, nos países em que houve mais capitalismo, ocorreu mais prosperidade econômica, e que a pobreza da África vai muito além da herança da colonização europeia, conforme demonstrado por Thomas Sowell em seu monumental livro “Fatos e Falácias da Economia”.
Sowell chama a atenção para o fato de a Espanha ter sido um país, com população escravizada e subjugada por árabes, por séculos, e hoje ser uma nação rica. Na mesma linha, Singapura, no início do século XX, era um dos lugares mais pobres do mundo, e atualmente, é uma das nações mais desenvolvidas do planeta.
Por que Singapura prosperou, enquanto países africanos, não? Uma possível resposta está na obra de John Kay (“Culture and Prosperity”), que mostrou que a corrupção local – governos agindo como máfias – é a grande causa da pobreza da população.
A mesma lógica se aplica aos estados mais pobres do Brasil. A culpa da falta de competitividade desses estados é justamente atribuída ao excesso de governo nesses locais. É um grande negócio manter a pobreza para pedir sempre mais recursos ao Governo Federal, e manter a porta aberta da corrupção e do desvio de recursos públicos em nome do “combate à pobreza”.
Infelizmente, políticos, principalmente de esquerda, são muito hábeis em criar espantalhos e narrativas para iludir a população de que a falta de prosperidade do local está ligada à falta de mais governo (mais impostos e interferências estatais).
Com essa narrativa, a população vota em políticos de esquerda, que prometem mais benefícios e mais Estado, sem entender que é justamente esses fatores que os condenam ao atraso
Não por acaso, os estados menos competitivos são justamente aqueles em que Lula ganhou as eleições no 2º turno. Em sentido contrário, os 10 estados mais bem colocados no ranking de competitividade são aqueles nos quais Bolsonaro ganhou, com exceção de Minas Gerais.
É urgente a população brasileira entender que os momentos de prosperidade econômica do país ocorreram por reformas liberais, como Plano Real, Lei de Responsabilidade Fiscal, Independência do Banco Central e Reforma Trabalhista, que trazem efeitos positivos por décadas.
Infelizmente, governos de esquerda apenas se beneficiam dessas reformas, surfando os efeitos positivos delas. Em vez de adotar mais medidas liberais, aumentam o tamanho do Estado, com políticas populistas. Afinal, manter pessoas na miséria com a dependência de assistencialismo social garante votos e permanência no poder.
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