Por Guilherme Macalossi
Nos últimos meses, o jovem Caio Coppolla tornou-se um dos analistas políticos mais influentes do país, principalmente no campo conservador. Além de ter uma coluna aqui na Gazeta do Povo, também é comentarista na Rádio Jovem Pan, onde participa do programa “Morning Show”. Tudo começou com vídeos virais que eram postados em seu canal do Youtube, até evoluir para dois dos mais importantes veículos de comunicação do país.
O que chama a atenção em Caio, para além de seu repertório de conhecimento, é a forma como expõe suas ideias. Não muda o tom de voz, não faz ataques pessoais e nem fulaniza as questões. Diante de contendores, muitas vezes agressivos, concatena seus argumentos com o máximo de gentileza e ponderação. Pode-se concordar ou discordar do que diz, mas é inegável que contribui para o debate público civilizado.
Na entrevista que concedeu ao “Imprensa Livre”, Caio falou um pouco sobre o atual ambiente em que se insere a disputa política no país, e como se potencializou a distorção do que é dito, a rotulação e a intolerância para com os divergentes:
“As vezes você pode pegar um incorreção, ou uma coisa e você dá uma ênfase absurda para aquele negócio, que é um dado insignificante diante da sua obra ou, muitas vezes, até do comentário. Você erra numa terminologia, ou numa coisa assim, e o cara coloca uma lupa desproporcional em cima daquilo e distorceu o que a gente fala (…) É a falácia do espantalho”.
Mesmo diante deste cenário, Caio destaca que fez “um voto pessoal” de não se furtar a enfrentar temas difíceis: “Eu fiz um voto pessoal de não me furtar a enfrentar os temas difíceis e me policiar mesmo para não deixar o conceito de lugar de fala impregnar ainda que inconscientemente a minha, vamos dizer assim, a minha postura pública. Porque se eu não puder falar sobre temas como gênero, como orientação sexual ou como raça, só por pertencer, dentro da lógica do privilégio progressista, a uma sociedade patriarcal e opressora, embora eu tenha todas as vantagens competitivas por ser homem, heterossexual, branco, da elite econômica e intelectual, etc e etc. Se eu não puder participar do debate, isso, de certa forma, é a falência da isonomia, é a falência da democracia.”
Ainda assim, mesmo se esforçando para debater sem os vícios retóricos daqueles que poluíram as discussões políticas, Caio relata que já sofreu experiências traumáticas por debater com amigos e conhecidos:
“Eu tive uma conversa sobre um tema muito delicado com um casal de amigos e a menina era mais progressista e a pauta era aborto. E eu fui indo ponto a ponto em cima da argumentação que ela estava defendendo (direitos de reprodução da mulher e não sei o quê) e eu fui refutando, mas assim: com a serenidade habitual, sem maldade nenhuma, porque ela é uma pessoa querida. Só que, em determinado momento, quando ela se deparou com a conclusão do próprio raciocínio (…) e ai, diante dessas pequenas contradições e dilemas, a menina, ela acabou se exaltando, começou a chorar e foi embora. E eu achei isso péssimo. Aquela história: você quer ser feliz ou ter razão?”
Confira a íntegra da entrevista de Caio Coppolla no Imprensa Livre e assista suas respostas aos questionamentos de Alexandre Borges sobre cultura, política e minorias sociais.
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