Por Guilherme Macalossi
Em meio à enorme polêmica por não ter apoiado as manifestações pró-Bolsonaro do dia 26 de maio, o Movimento Brasil Livre (MBL) continua sendo o mais importante grupo social e político a representar o pensamento liberal no país. Na terceira entrevista do “Imprensa Livre”, o convidado é uma de suas principais lideranças: Renan Santos.
Ao contrário de colegas como Kim Kataguiri, Arthur do Val e Fernando Holiday, Santos não concorreu em eleições. Continua sendo coordenador nacional do MBL e ajudando a ampliá-lo pelo Brasil. Hoje, cerca de 250 cidades brasileiras já têm a presença do grupo, que possui mais de 2.500 membros.
A história do MBL se confunde com a história da queda de Dilma Rousseff. Surgido da união de alguns garotos cheios de ideias e fartos da corrupção e das políticas socializantes do PT, o movimento ganhou força e tornou-se o principal interlocutor do processo de impeachment que encerrou o ciclo petista no poder.
Segundo Renan Santos, inicialmente havia muita discordância entre os grupos opositores ao governo de Dilma. “Você tinha o MBL, que era pelo impeachment, você tinha o Revoltados On-Line, que de certa maneira tinha sido aglutinado pela turma do Olavo (Olavo de Carvalho), e você tinha o Vem Pra Rua, que não era favorável a nada disso”.
Santos afirma que a convergência para a tese do impeachment constitucional só ocorreu quando Eduardo Cunha aceitou o processo contra a presidente:
“A gente conseguiu vencer, de certa maneira, o pessoal do Vem Pra Rua quando a gente protocolou o impeachment com o Cunha e ele levou o impeachment a sério. Quando a gente protocolou aquela primeira peça e ele foi levado a sério, aí o próprio PSDB falou ‘ok, a gente não pode ficar de fora da brincadeira’.
Após a destituição de Dilma e com o capital político acumulado pela vitória que obteve dentro do Congresso, o MBL caminhou para o mundo partidário. Segundo Santos, foi um caminho “natural”:
“A gente acumulou uma influência no debate público através de redes, de páginas, perfis, canais, e isso tem que desembocar eleitoralmente também na pressão para que haja caras que defendam as nossas ideias sendo eleitos para os cargos corretos. A gente ajudou muito na eleição do João Doria, por exemplo. No Marchezan (Nelson Marchezan Júnior), digo que a gente foi fundamental no processo eleitoral em Porto Alegre. E certos nomes que foram importantes, emblemáticos naquela eleição de 2016, a gente participou ativamente para ajudá-los. O Holiday (Fernando Holiday) foi o nome mais emblemático que a gente elegeu.”
Confira a íntegra da entrevista de Renan Santos ao “Imprensa Livre” e fique sabendo de outros bastidores do Impeachment de Dilma, as alas do governo Bolsonaro e o papel do centrão na história da política brasileira.
PT se une a socialistas americanos para criticar eleições nos EUA: “É um teatro”
Os efeitos de uma possível vitória de Trump sobre o Judiciário brasileiro
Ódio do bem: como o novo livro de Felipe Neto combate, mas prega o ódio. Acompanhe o Sem Rodeios
Brasil na contramão: juros sobem aqui e caem no resto da América Latina
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião