Felicio: Climatologista e professor da USP falou sobre o aquecimento global como indústria e a saída do Brasil do Acordo de Paris.| Foto: Divulgação

Por Guilherme Macalossi

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Quando se fala em mudança climática, logo vem a expressão "consenso científico", como se houvesse uma unidade de entendimento em relação ao tema por parte dos pesquisadores. Não é bem assim. Há um considerável grupo de especialistas que têm apresentado argumentos e evidências contra a tese de que os seres humanos são os responsáveis pelo efeito estufa no planeta.

O meteorologista brasileiro Ricardo Felício, que tem vasto currículo e, atualmente, é professor de Geografia na Universidade de São Paulo (USP), tem se notabilizado como um dos céticos em relação ao chamado aquecimento global antropogênico.

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Atuando no debate público por meio de entrevistas, participações em audiências públicas e conferências das mais variadas, Felício tem dito que a argumentação que sustenta a tese do aquecimento global causado por seres humanos não se sustenta, e que é baseada em argumentos falhos:

"A atmosfera da Terra não trabalha como uma estufa, trabalha, na verdade, como um amortecedor. Nos isola do espaço, que é nada (...) Tanto é que a atmosfera, ela é quente na base, na primeira camada da atmosfera, e é fria em cima. Então, a lógica da física é: como é que um fluído é frio na parte de cima esquenta um superfície que é quente. Não tem como fazer esse fluxo de energia", disse em entrevista a Alexandre Borges.

Um dos pontos questionados por Felício é o papel que o gás carbônico (CO2) teria nas mudanças climáticas. Ao contrário de outros cientistas, ele sustenta que não há relação alguma:

"A hipótese deles de que o CO2 então eleva a temperatura, a quantidade de CO2 na atmosfera, é falsa. Porque a gente percebe, na história do planeta, que as temperaturas elevam-se ou se resfriam (...) mais antecipadamente à quantidade de CO2. Então a causa e consequência está invertida. Principalmente no último um milhão de anos", afirmou ao Imprensa Livre.

Na entrevista (clique aqui), Felício também abordou outros assuntos ligados ao meio ambiente. Entre eles, o superdimensionamento do desmatamento na Amazônia, o Acordo de Paris e produtivismo científico.