Por Guilherme Macalossi
Na entrevista que concedeu ao “Imprensa Livre”, o ministro Ricardo Salles, da pasta do Meio Ambiente, quis deixar bem claro que a preservação da natureza não é exclusividade da esquerda. Seu ponto principal é que políticas liberalizantes e visão de mercado podem dar respostas mais efetivas a essa área que desperta tantas preocupações.
Salles teceu duras críticas ao desempenho de gestões anteriores:
“Essa turma que se acha monopolista da virtude e da ética, esses esquerdistas que, até então, dominaram a área ambiental, entregaram muito pouco perto da gritaiada que eles fazem. Se você pegar o Ministério, ele está totalmente sucateado. Os órgãos estão lá destruídos. O Ibama, o ICMBio, enfim. Falta de estrutura, prédios abandonados, sem recurso, falta de pessoal. Então não é verdade que eles fizeram um grande trabalho a frente do ministério”.
A ideia do ministro, dentro da visão da direita liberal, é que o governo tem o dever de dar “bom resultado” nas políticas públicas, priorizando a propriedade privada, a segurança jurídica e a previsibilidade do devido processo legal. Em sua visão, é necessário respeitar os setores produtivos e a livre iniciativa.
Uma das iniciativas que Ricardo Salles desenvolverá é a parceria do setor público com a iniciativa privada:
“Nós vamos operar com empresas privadas, tocando os parques nacionais para ter mais visitação, para ter melhores infraestruturas, para as pessoas poderem visitar, para ter maiores recursos, inclusive para cuidar dessas unidades.”
Segundo Salles, a visão da esquerda é considerar a presença humana “indesejada” nessas unidades de conservação, e que é necessário dar uma outra resposta para isso:
“Nós precisamos trazer as famílias, as pessoas (...) trazer a sociedade para conhecer, conviver, aproveitar as unidades de conservação e, com isso, vão ter uma melhor relação com a natureza, com os recursos naturais. Saber apreciar, saber valorizar. (...) Essa mudança de comportamento e de atitude vai trazer esse resultado.”
Outro foco do Ministério será na celeridade dos processos examinados:
“Também na parte de atuação de licenciamento ambiental. Ter algo mais célere, porém mais detalhado, com maior qualidade nas questões que interessam. Ao invés de dizer: faz tudo, abrange tudo e faz tudo mal feito. Não, tem que fazer as coisas que realmente importam, ter foco e, ao ter foco nas coisas que realmente importam, produzir análises ou fiscalizações de melhor qualidade, mais aprofundadas”.
Confira a íntegra da entrevista exclusiva do ministro Ricardo Salles a Alexandre Borges e saiba mais sobre as políticas que serão desenvolvidas pelo ministério do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro.