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O presidente nacional do partido Novo, Eduardo Ribeiro.| Foto: Divulgação

Eduardo Ribeiro, presidente nacional do Partido Novo, tem 33 anos e é farmacêutico-bioquímico de formação. Empresário e executivo do setor de saúde, concedeu essa entrevista exclusiva para a Gazeta do Povo em que analisa passado, presente e futuro do partido mais identificado com o liberalismo no Brasil. Na entrevista, ele nega o rótulo de bolsonarista do partido e diz que esta eleição será a mais difícil já enfrentada pela sigla. Veja:

O Novo é bolsonarista? Como se livrar desta pecha na eleição deste ano?

O Novo não é bolsonarista. Somos, inclusive, oposição institucional ao Bolsonaro e defendemos seu impeachment. A confusão existe porque Bolsonaro se apropriou de um discurso economicamente liberal na campanha de 2018 muito parecido com o do Novo, e ainda tenta mantê-lo, mesmo depois de três anos de um governo vergonhoso e antiliberal.

Bolsonaro vai passar e vai entrar para a história como um dos piores presidentes que já tivemos. O Novo vai continuar, fiel aos seus princípios e convicto da qualidade e dos diferenciais dos seus políticos. Tentam colocar pecha no Novo desde o seu nascimento: partido de banqueiro, de riquinho, de ex-tucano. Tudo bobagem, essa é só mais uma. Não me preocupo com isso.

Quais foram os mais importantes aprendizados do Novo desde a fundação?

O principal aprendizado foi compreender que é muito difícil convencer as pessoas a entrar para a política. No início, achávamos que seria um caminho natural para muita gente boa, tendo uma plataforma como o Novo, com regras de governança claras, membros ficha-limpa e quadros competentes. Mas não é tão simples, ainda há muita resistência à política e, principalmente à política partidária. O que é muito ruim, porque isso acaba abrindo um espaço muito grande para quem não tem nada a perder, pessoas despreparadas ou com más intenções.

Estamos crescendo, mas com muito trabalho de convencimento pela frente.

Como você avalia o futuro do liberalismo no Brasil? Como ficaria o Brasil num eventual terceiro mandato de Lula?

Acho que o liberalismo conseguiu vencer uma barreira importante, que era a sua demonização pelo discurso hegemônico da esquerda. Nos anos 80, havia só o Roberto Campos falando e apanhando sozinho. Hoje temos mais vozes e a liderança é mais difusa. Possivelmente, daremos alguns passos para trás por causa do governo Bolsonaro, porque certamente vão tentar associá-lo ao liberalismo. Por isso a importância de se posicionar contrário a esse governo e à figura do presidente, e não deixá-lo levar para o fundo do poço, junto com ele, todo o trabalho que foi feito ao longo dos últimos 20 anos.

E um terceiro mandato do Lula seria horrível para o Brasil, comprovaria o descrédito das nossas instituições ao elegermos um criminoso condenado em todas as instâncias. Mas, claramente, isso é mais consequência da conduta desastrosa do Bolsonaro do que o desejo dos brasileiros.

O que você diria para o eleitor do Novo sobre as perspectivas da eleição de 2022?

Será uma das eleições mais difíceis que já enfrentamos. Temos dois adversários principais: o bolsonarismo e o petismo, que são as duas principais máquinas de difamação que esse país já viu. Mas o Novo seguirá firme dentro dos seus posicionamentos históricos e não irá recuar um milímetro, independente do que tentem nos associar. Hoje temos resultado pra mostrar: deputados federais, estaduais e vereadores altamente competentes e atuantes em suas casas legislativas, o melhor prefeito e o melhor governador do Brasil. Para as eleições, teremos uma legião de ótimos candidatos, incluindo à presidência - com Felipe d’Avila -, que vão precisar da ajuda de cada filiado e apoiador do Novo. É trabalhando em equipe, divulgando, doando e se voluntariando, que vamos dar o exemplo e começar a reescrever a história desse país.


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