Por Guilherme Macalossi
Por que as nações fracassam? Essa pergunta é título de um livro escrito pelos economistas Daron Acemoglu e James Robinson. Nele, os autores mostram como a falta de liberdade econômica, direito de propriedade e instituições saudáveis são o caminho da pobreza, ou da “servidão”, para fazer referência a Friedrich Hayek. Os países da América Latina, que nunca foram campeões de livre mercado e de democracia, são um belo exemplo desse tipo de deterioração social.
Ao longo do tempo, entretanto, a narrativa que se tornou hegemônica dentro do continente é de que seus problemas eram oriundos de uma lógica exploratória na qual os ricos instrumentalizam os pobres em favor de seus ganhos. Essa visão de mundo marxista foi difundida com sucesso nos ambientes acadêmicos, de modo que ganhou inúmeros adeptos no mundo jornalístico, jurídico, econômico e político. Para o economista Ubiratan Jorge Iorio, isso tudo faz parte de uma mitologia ideológica:
“Nós somos, no Brasil, na América Latina, vítimas de uma mitologia mais rica do que a da Grécia antiga. Vários mitos. Um deles é esse aí: que o crescimento é uma questão de estimular a demanda e que cabe ao governo fazer o trabalho. O outro mito, que eu chamo de Teorema Fundamental do Subdesenvolvimento, é dizer assim: João é pobre porque Pedro é rico. (…) A economia para eles é um jogo de soma zero. O João pode ser pobre porque ele nasceu em uma família pobre, porque ele não teve acesso ao estudo, porque ele é preguiçoso, é vagabundo, é malandro, porque ele é azarado. Mas eles se fixam só na exploração. Ele é pobre porque ele é explorado pelo Pedro. Por que que o Pedro é rico? Pra eles o Pedro é rico porque explora o João. Mas o Pedro pode ser rico porque explora o João (…), mas pode ser rico também porque estudou, porque herdou bens, porque é trabalhador, porque tem espírito de empreendedor, porque é inteligente, porque é sortudo.”
Ubiratan, que foi entrevistado no programa “Imprensa Livre”, aponta que a aceitação desse tipo de raciocínio se deu porque há um apelo popular em virtude da condição de pobreza que atinge boa parte da população do continente. Para ele, o Teorema Fundamental do Subdesenvolvimento está “incrustado” na América Latina e é difícil de “arrancar”.
Na conversa com Alexandre Borges, Ubiratan Jorge Iorio, que tem trabalhado junto ao Instituto Mises Brasil para promover ideias de liberdade, também fala sobre como o papel do Estado, a agenda intervencionista, as teses keynesianas e medidas que podem ser tomadas para a promoção de um ambiente de negócios menos amarrado no Brasil. Veja a entrevista na íntegra aqui.
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