Seja qual for o resultado da eleição desta quinta, a Inglaterra já pode chorar a perda dos seus jovens.
A esmagadora maioria dos britânicos mais novos vai votar alegremente num comunista radical de 68 anos com ligações com o Hamas, com o Hezbollah e com o governo iraniano, alguém que, mesmo após três ataques terroristas em três meses no próprio país, diz que apoiar publicamente o ISIS não pode ser criminalizado porque é apenas “uma opinião política”.
Se você já havia ficado assustado com o fenômeno Bernie Sanders nos EUA, candidato que só não disputou a presidência ano passado porque Hillary Clinton literalmente roubou a vaga, saiba que a situação no país do Bill of Rights, da common law, da Magna Carta e do primeiro parlamento do mundo é ainda pior.
Como dito no artigo anterior (“Entre a cruz e a espada“), Jeremy Corbyn consegue unir todas as piores idéias dos comunistas da sua geração com a agenda suicida de capitulação para radicais muçulmanos dos jovens esquerdistas europeus e americanos da geração de seus netos. Está dando certo.
Segundo os gráficos abaixo, publicados pela revista The Economist, que fazem uma média das pesquisas para a eleição do próximo dia 8, a ascensão de Jeremy Corbyn se explica, em grande parte, pela esmagadora preferência dos jovens britânicos por ele. Nada menos que 68% deles dizem que vão votar num velho comunista que assusta até os membros do próprio partido.
Os dados das pesquisas não deixam dúvidas: há um choque de gerações e mesmo que os conservadores vençam desta vez, sua mensagem não está mais chegando aos jovens e o partido pode estar, literalmente, morrendo. A mesma tendência à esquerda da juventude pode ser vista nas principais democracias ocidentais do mundo hoje.
A Geração X, que inclui os que, como eu, nasceram nas décadas de 60 e 70, falhou miseravelmente na transmissão aos filhos dos valores morais, éticos, religiosos e culturais que construíram a civilização ocidental. A Geração Y, dos nascidos aproximadamente entre 1980 e 1995, é talvez a mais esquerdista que o mundo já conheceu. E isso é muito, mas muito grave.
Enquanto a esquerda entendeu a importância da luta cultural, aparelhando a indústria do entretenimento e do jornalismo, as universidade e até o Vale do Silício, a direita liberal optou por focar suas pautas na defesa meramente economicista do liberalismo, repetindo abstrações ou platitudes sobre o livre mercado enquanto seus adversários convenciam a opinião pública de que suas idéias são as mais corretas, justas, inclusivas, tolerantes, igualitárias e solidárias. O resultado está aí.
A Inglaterra passou por décadas de domínio da esquerda após a Segunda Guerra, sendo salva por Margareth Thatcher a partir de 1979, mas aquela era uma outra geração de socialistas que falava basicamente em políticas de distribuição de renda e estatização de serviços públicos mas que não tinha como prioridade fazer reengenharia social do país. É um caminho sem volta.
Enquanto grande parte da direita liberal pensa na próxima eleição, a esquerda está sempre pensando na próxima geração. A direita fala em nomes, partidos, cargos, a esquerda age na ocupação de espaços, no aparelhamento da cultura e na doutrinação da população desde a primeira infância.
Se você ainda não percebeu qual estratégia está funcionando, volte e olhe novamente os gráficos acima. Eles falam por si.
Governo aproveita debate da jornada 6×1 e bombas em Brasília para atrasar corte de gastos
Milei se reúne com Trump, Musk e Stallone em evento conservador
Governo quer acabar com saque-aniversário do FGTS e parlamentares reagem
Explosões aumentam pressão para PGR denunciar Bolsonaro por tentativa de golpe
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS