Peritos criminais investigam o local onde ocorreu o ataque na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau.| Foto: EFE/Sávio James
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Tem muita gente dando palpite sobre o que moveu o assassino da creche de Blumenau.

Eu vi que um sujeito chegou a gritar atrás de uma repórter de uma grande rede de televisão: “O sangue dessas crianças está nas mãos de vocês”.

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Eu não acho que seja televisão. Tem gente que diz que foi arma de fogo. Como assim, arma de fogo? O sujeito usou um machado e um canivete.

Outro diz: os jogos eletrônicos. Gente, toda a minha geração só viu filme de violência, de tiroteio de cowboy, de polícia. A gente lia história em quadrinhos, a gente brincava com revólver - de brinquedo, claro - e não aconteceu nada.

Dizem: “Ah, esse ódio contra a diversidade”. Como assim, contra a diversidade? O que é isso? Que bobagem é essa? Outros dizem que o atacante é uma vítima da sociedade. É o vitimismo, todo bandido é vítima da sociedade.

O ministro da Justiça chegou a insinuar: “O ódio...”. Ele não disse que é de bolsonaristas – mas, mais ou menos ele quis dizer isso, né? É o ódio dos bolsonaristas.

O presidente Lula também não entendeu, dizendo que basta botar a polícia nas escolas que não vai ter mais ataque. Não é por aí. Olha o que está acontecendo no Chile. O Chile nunca teve crime. A única coisa perigosa que o Chile tinha era terremoto.

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A força dos carabineiros é sensacional. Mas o novo presidente, o esquerdista Boric, começou a falar mal da polícia, que a polícia está praticando excessos, que a polícia é muito severa etc. E aí, o crime está aumentando. O crime apareceu no Chile e está aumentando.

O que é? É a autoridade que deixa de apoiar a polícia. Bolsonaro apoiou a polícia e os homicídios despencaram no Brasil.

Mas é sobretudo o arcabouço legal que induz o Judiciário a soltar bandido. O sujeito matou e daqui a pouco ele está na rua. Sujeito é um corrupto que levou uma fortuna de propina, daqui a pouco está na rua. Sujeito assaltou e no mesmo dia: “Ah, mas coitadinho, ele só assaltou pela primeira vez”. Então ele recebe a chance de praticar mais um assalto, e assim vai.

Eu estou dizendo isso porque essa é a razão. A humanidade, há milênios, veio criando freios para evitar os desvios. É uma forma de tirar o ânimo homicida, o ânimo criminoso das pessoas que têm esse potencial: o medo da punição. Agora, aqui no Brasil não há medo da punição. É o país da impunidade, porque nós fizemos leis boazinhas, para favorecer o crime. Em toda parte a gente vê isso, todo dia a gente está vendo isso.

Então eu estou contando para vocês para pressionarem os seus empregados na Câmara e no Senado, que são os deputados e senadores, porque eles têm o poder de mudar as leis.

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Lula vai à China e leva Rodrigo Pacheco junto

Mudando de assunto, o presidente da República está indo à China, enfim. Vai amanhã. E vai levar o presidente do Senado, que é presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, para ele adiar um pouquinho mais a instalação da CPI mista para investigar o que aconteceu realmente no dia 8 de janeiro.

O governo não quer de jeito nenhum que se investigue isso. E isso faz com que a gente fique ainda mais estimulado a promover uma investigação.

Rodrigo Pacheco tinha dito que ia ler o requerimento logo depois da Páscoa. Mas hoje é depois da Páscoa, e amanhã ele vai embora. Agora ele está dizendo que vai ler na volta. Já marcou para o meio-dia do dia 18. Falou em “meio-dia”, assim, para dar um ar de credibilidade.

Está com 192 assinaturas de deputados - bastariam 171 - e 37 assinaturas de senadores - e bastariam 27. Então tem mais do que o suficiente para investigar.

Agora, por que o governo não quer esclarecer? Isso não é assunto só de delegacia de polícia. Foi notícia no mundo inteiro. Nunca se invadiu a sede dos Três Poderes no mesmo dia. É a mesma coisa que invadir no mesmo dia a Suprema Corte dos Estados Unidos, o Capitólio e a Casa Branca.

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Então isso é assunto para o Congresso Nacional, não apenas para uma delegacia de polícia. E o governo não quer. Mas, enfim, temos que cobrar do senhor Rodrigo Pacheco.

Presidente Lula convidou também o presidente da Câmara, Arthur Lira, para ir junto. Para disfarçar, né? Para dizer: “Estou convidando os dois”. Mas Arthur Lira não entrou nessa.