Ouça este conteúdo
Depois de a Ford encerrar a produção de veículos no Brasil, a GM anunciou que vai investir R$ 10 bilhões no país com o intuito de produzir carros ultra modernos, provavelmente elétricos. A empresa tinha planejado isso para antes da pandemia, mas decidiram recuar.
Um dos objetivos é distribuir para o Mercosul. Uma das montadoras fica em Gravataí (RS), próximo a Argentina e ao Uruguai, o que é interessante.
Macron e a soja brasileira
Emmanuel Macron, presidente da França, disse que não irá mais comprar soja do Brasil e que o país irá produzir começar uma produção própria do produto. Ele justificou a decisão afirmando que comprar soja brasileira é financiar o desmatamento da Amazônia.
Mas ele não entende direito como funciona o plantio da soja e a geografia brasileira. Isso é papo de quem não conhece o Brasil. Porque sabe-se que o plantio do alimento começou no sul do país.
Só depois foi para o Cerrado, quando descobriram que era possível cultivar o produto na região. O preço da terra do local foi valorizado e hoje o Brasil é o grande abastecedor de alimentos do mundo.
A França não tem espaço para plantar soja. Os únicos espaços que sobram para plantação do alimento seriam os alpes ou nos apeninos, porque onde é possível fazer isso não há espaço.
Eles produzem em média 400 mil toneladas do alimento, mas isso é praticamente um quinto do que um único município brasileiro pode produzir – um exemplo é a cidade Sorriso, do Mato Grosso.
Eles teriam que deixar de plantar beterraba, cevada, trigo e milho para conseguir se equiparar ao Brasil. Tomara que não deixem de produzir uva em Borgonha.
VEJA TAMBÉM:
Maguito se foi
Lamentavelmente, o prefeito eleito de Goiânia, Maguito Vilela (72), morreu sem ter assumido o cargo. Ele passou 81 dias na UTI, do hospital Albert Einstein, por complicações pelo coronavírus.
Vilela foi deputado constituinte, ministro, governador de Goiás. É uma pena. O prefeito eleito é natural de Jataí (GO) – podemos dizer que é a mesma cidade natal de Brasília, porque foi onde JK assumiu o compromisso de construir a cidade.
Simone Tebet quer a presidência do Senado
Simone Tebet (MDB) se candidatou à presidência do Senado e está bombando. Ela será a oposição ao candidato escolhido por Davi Alcolumbre. A senadora é filha de Ramez Tebet, que já ocupou o cargo que a filha deseja e é ex-governador de Mato Grosso do Sul.
Os dois já ocuparam um cargo em comum, a prefeitura de Três Lagoas (MS); ambos fizeram direito. Ou seja, Simone Tebet está seguindo os passos do pai. O último cargo do pai foi a presidência do Senado.
Aliás, ele foi um excelente político e ela está sendo uma excelente presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa – a principal comissão.
Simone deu uma declaração, que ao meu ver é muito importante, afirmando que sua candidatura é independente e preza pela harmonia dos Três Poderes para benefício do Brasil.
Essas são as principais questões de um político para mim: ser independente, buscar a independência e ser a favor do Brasil. No entanto, isso não está acontecendo nas casas legislativas e no STF.
É uma pena ver que Bolsonaro está entrando para dar apoio durante a disputa. Ele deveria se afastar, porque o candidato que ele apoia corre o risco de perder. Pode até acontecer de uma das casas ter um presidente que o apoia e o outro não.
E como se sabe isso é prejudicial para Bolsonaro, porque os presidentes de ambas as casas têm muito poder. O que ficou bem claro durante o tempo em que Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia estavam no cargo.
Vimos aquele arquivando pedidos de impeachment contra os ministros do STF e o último sentando em cima de medidas provisórias que acabavam caducando. Além disso, Maia não costumava convocar os líderes da Casa para decidir as pautas de votação da Câmara.