Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o ex-presidente Bolsonaro| Foto: Isac Nobrega/ Palácio do Planalto
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A eleição municipal já está mexendo com os partidos. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) almoçou na sexta-feira (2), na companhia do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. E ele declarou que Ricardo Nunes é a melhor solução para prefeitura de São Paulo no ano que vem. Ou seja, apoiando a reeleição de Ricardo Nunes, que é do MDB.

Claro que isso desgostou o deputado Ricardo Sales (PL-SP), que foi ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro e que é um ativista político e bota a boca no mundo. Nas redes sociais ele já disse que "quem anda com porcos farelo come". Então, está praticamente rompendo.

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Agora eu fico pensando que Bolsonaro, com isso, pode estar se aproximando e atraindo MDB, que é uma grande força de articulação política, principalmente, em termos municipais. E em segundo lugar, está sendo realista, porque o outro o candidato adversário é [Guilherme] Boulos (PSol) e na capital a esquerda é forte. Ou seja, precisa de um candidato com uma veia mais populista.

Talvez seja esse o desejo. E, ao mesmo tempo, é o desejo do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que também está dando força para o prefeito de São Paulo.

Senador quer mudar relatora da CPMI do 08 de janeiro 

Neste domingo (4), antes da missa, um depoimento de uma senhora que estava lá, na frente do Supremo. Uma senhora que eu digo, uma senhora de mais de 70 anos. Eu a admirava pelo seu restaurante em Brasília. Ela me disse que estava lá [nas manifestações do 08 de janeiro] e que viu as pessoas saindo do Supremo e se vangloriando que já tinham quebrado as coisas. Um veio com a capa do [ministro Alexandre de] Moraes, o outro veio com outra coisa e não eram as pessoas que ela via no acampamento [do QG do Exército]. Eram caras novas e caras esquisitas.

Acho que essas coisas têm que ser apuradas. Agora vai ser difícil apurar, se a relatora [da CPMI] já expressou a sua conclusão. Disse que foi uma tentativa de golpe, que foi um atentado e que ela nunca viu isso nem no governo militar. Não sei se ela tem idade para ter visto alguma coisa no governo militar. A senadora Eliziane [Gama].

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) está pedindo que troquem a relatora, porque ela já expressou a vontade dela. Ela é claramente aliada do seu coestaduano maranhense, que é o senador e ministro da Justiça, Flávio Dino. Não sei se vai conseguir, mas ele anuncia, o senador Marcos do Val, que no âmbito da CPI mista vai fazer esse pedido.

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Governo Lula não tem base no Congresso e dificilmente terá 

Eu queria fazer um levantamento do que foi a votação da Medida Provisória dos Ministérios. O governo desesperado quase perdeu. Quase ficou sem 17 Ministérios e teve que largar R$ 1 bilhão e 700 milhões em emendas para deputados para conseguir 337 votos. Foi um desespero e o governo teve que abrir mão de tudo aquilo que se alterou na medida provisória.

E teve até MPS de que sequer foram votadas e, portanto, não fizeram as mudanças que o governo queria. Por exemplo, a medida provisória que trazia o Coaf de volta para o ministério da Fazenda caducou. Ou seja, Coaf continua no Banco Central.

A medida provisória que extinguia Funasa caducou também e ninguém votou nela. Então não se extinguiu a Funasa e o governo está correndo atrás para reconstruir aquilo que foi desmontado nesses meses de administração do Lula. A Funasa foi enterrada, foi uma medida provisória, mas ressuscitou e isso é um problema sério.

Isso sem falar daquilo que foi retirado e passaram para a medida provisória principal. Retiraram de Marina Silva, do ministério do Meio Ambiente, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), a Agência Nacional de Águas (ANA), e retiraram do ministério dos Povos Indígenas, da Sônia Guajajara, a possibilidade de fazer demarcação de terra. Isso é o que a oposição mudou nos desejos do governo e o governo não tem maioria no Congresso e dificilmente vai ter.