Vocês já pensaram na lição que a gente está tirando, positiva, dessa guerra lá no Leste Europeu? É que de repente a gente descobre que está dependente o nosso agro – que é o carro chefe da nossa economia hoje, esse ano vai representar um terço do PIB, e vai garantir o equilíbrio das contas externas. Vai dar garantia alimentar a nós e a outros países.
O agro depende do cloreto de potássio, que vem da Rússia, que vem da Belarus, que está na área de conflito, e que não pode sair pelo mar Báltico, porque a Lituânia, por exemplo, bloqueou a saída do potássio que a gente compra da Belarus. Porque a Lituânia é da Otan, pois é, e nós é que pagamos.
Então, gente. Nós temos potássio aqui no Brasil. Vamos olhar aqui para dentro. Temos extensas reservas de potássio na foz do rio Madeira, quando desemboca no Amazonas. Depende dos ambientalistas e da consulta às comunidades indígenas. Mas está ali, é só embarcar por água. E é silvinita o nome do minério bruto de onde se extrai o potássio para fazer a combinação NPK para o agro. Está ali. Vai por água. Está pertinho, vai por água para a Rondônia. É só subir o rio Madeira. Ou descer outros rios ali, subir outros rios da bacia amazônica. Vai para o Mato Grosso, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Maranhão, sul do Piauí, oeste da Bahia.
Gente, e não aproveitamos. É porque no Brasil tem brasileiro contra o Brasil. Trabalham contra. A gente vai buscar lá no leste da Europa, a um preço caríssimo, podendo retirar aqui 90% daquelas reservas. Aquelas reservas abastecem 90% da necessidade do agro brasileiro.
As oposições, claro, querem que Bolsonaro tome partido. Ele não é trouxa e não vai atender o que exige a oposição, obviamente. Porque depois vão criticá-lo porque ele tomou partido, seja de que lado for. Por quê? Porque os dois países são parceiros. E o Brasil não tem que se meter nisso. Bom, uma que houve o compromisso de Vladimir Putin com Bolsonaro de abastecer o Brasil com o fertilizante, com o potássio, o K do NPK.
Aí ele olha para ver quem são os amigos. Quem está por trás da Otan ou à frente da Otan? É o Joe Biden. Uma voz forte na Otan é o Emmanuel Macron. O que disse o Macron sobre a Amazônia? “A nossa casa está queimando”. Que a Amazônia é uma questão internacional. Isso disse o Macron. E o Biden disse o quê? Fez uma ameaça. “Se os brasileiros não pararem de queimar a Amazônia haverá sanções severas econômicas contra o Brasil.”
E aí? Qual é o partido que o brasileiro toma? Um garantiu fertilizante para o agro. Mais do que isso: o Putin já disse que a Amazônia é do Brasil. E é. Então a gente tem que considerar essas questões antes de adotar posições com base na propaganda. E eu vejo que aqui no Brasil a Rússia perdeu a guerra da propaganda. Ironicamente, a Rússia Soviética foi quem inventou a “dezinformatsiya”. Mas quem está usando isso é a propaganda do lado dos Estados Unidos.
Nós temos uma cultura que sempre foi à reboque dos modismos culturais americanos. E isso está no substrato, na raiz da nossa cultura. Então a gente vai atrás, sem pensar por que e sem examinar os fatos históricos.
Por exemplo, ontem fez aniversário a Batalha de Cerro Corá, onde os brasileiros mataram o marechal Francisco Solano López, e aí acabou a Guerra do Paraguai. A história do Paraguai chama isso de “martírio de uma raça”. Itaipu acabou com isso. Os dois se juntaram em um projeto único, binacional.
Agora, imagine se o Paraguai hoje, em nome de guerras antigas que já acabaram, fizesse uma aliança militar de defesa anti-Brasil com a Venezuela, com Cuba ou com a China? Como o Brasil iria fazer? Essa é a situação da Rússia. Despertaram a Guerra Fria, que não deveria existir mais, continuou um acordo militar antirrusso, quando o acordo militar anti-Estados Unidos foi diluído quando se diluiu a União Soviética em 1991, que é o Pacto de Varsóvia. Só para a gente pensar na história.
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