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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Falsa polarização

Alckmin é a prova de que PT e PSDB sempre estiveram do mesmo lado

Geraldo Alckmin
Antigo adversário de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin se filiou ao PSB para agora se tornar vice do petista (Foto: Divulgação/PSB)

O ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB, assinou ficha de filiação o PSB nesta quarta-feira (23). Ou seja, tirou o "D", de democrata, para acompanhar Lula, como vice, na chapa 13 para a Presidência da República. Logo Alckmim que foi adversário de Lula a vida toda.

A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) escreveu em uma rede social que lamenta que a terceira via não tenha decolado, porque o Brasil não suporta mais a polarização. É que antes a gente tinha uma falsa polarização. Fingia-se que era PSDB contra PT, mas era uma ideologia só: socialista com duas faces tal qual uma moeda. Tanto é que agora estão juntos para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro nas urnas.

O presidente, já se sabe, terá como vice o general Braga Netto. Bolsonaro disse que a escolha dele não é para angariar votos, mas é para dar respaldo, costas quentes, a um segundo mandato dele. Braga Netto é garantia de pessoa de confiança, discreto, amigo de sempre e com força, poder, literalmente. Hoje, ele é ministro da Defesa, pelo menos até se desincompatibilizar no fim do mês.

Dallagnol perde no STJ

Dallagnol teve uma surpresa nesta quarta de manhã quando, segundo ele, sua esposa foi abrir a conta do banco no celular e viu a entrada de muitos créditos de gente que descobriu o CPF dele e fez transferências no Pix para ajudar a pagar a indenização. Essa é a reação do público tentando fazer Justiça.

Embora tenha servido para alertar o Ministério Público sobre manifestações espetaculosas antes de a pessoa ser condenada. O MP denuncia e ponto. E no caso, ele estava denunciando, não estava condenando. Mas, enfim, serve de lição.

Eu até imagino o Ministério Público hoje que está eivado de militâncias por aí. É como se nos Estados Unidos uma corte superior liberasse Al Capone e condenasse Elliot Ness a indenizá-lo. É mais ou menos isso que está acontecendo.

Agora eu fico preocupado porque os corruptos que devolveram mais de R$ 6 bilhões que o Ministério Público conseguiu pegar de volta, de desvios da Petrobras, podem entrar na Justiça e pedir um estorno – "queremos o dinheiro da corrupção de volta". Esse é o perigo que a gente está correndo nessa história.

PL cresce a olhos vistos

O PL, partido ao qual se filiou o presidente da República e que vai filiar o pré-candidato a vice, general Braga Netto, hoje é a maior bancada da Câmara, graças à janela partidária. A legenda ficou com um saldo positivo de 21 deputados, com a saída de seis e a entrada de 27. Está em primeiro lugar com um total de 63 parlamentares.

Em segundo lugar vem o PT, com 54. O União Brasil, que era o maior, passou para o terceiro lugar, com 52. Em quarto lugar está o PP, que ganhou mais oito e ficou com 51, assim como o Republicanos, que também ganhou outros oito e tem agora 40. Ou seja, partidos que apoiam o presidente da República só crescem.

Agora uma coisa interessante: a Rede, esse partido que gosta de fazer barulho no Supremo Tribunal Federal, está confirmando a teoria do ministro Luiz Fux, que diz que partido que não tem voto em plenário usa o STF como o seu braço. A Rede tem só um deputado e um senador – bem barulhento, aliás.

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