Grandes parceiros: Maduro cumprimenta o presidente do CNE, o chavista Elvis Amoroso, durante o ato de proclamação da sua vitória.| Foto: EFE/Ronald Peña R.
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“Não reconheceremos resultado eleitoral que não seja verificável.” Foi Bolsonaro quem disse isso e foi tornado inelegível? Foi Bolsonaro quem disse isso e não entregou a faixa para o Lula? Não, não foi Bolsonaro; foi o presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, referindo-se à eleição na Venezuela. E com isso Maduro rompeu relações diplomáticas com o Chile. Mas, como também disseram isso o argentino Milei, o uruguaio Lacalle-Pou, a República Dominicana, o Panamá, o Peru e a Guatemala, Maduro rompeu relações diplomáticas com todos esses países latino-americanos. Está furioso com eles. Onde é que já se viu, não aceitaram essa tal eleição de domingo?

Agora vocês estão valorizando o que eu disse aqui sobre a ministra Carmen Lúcia, que não deixou ir a Caracas a equipe de técnicos do TSE que iria lá para verificar a eleição? Já imaginaram se os técnicos tivessem ido? Estariam complicados, mesmo que eles não quisessem. Eles não conseguiriam ver nada, sentiriam o que é não ver nada. São os mistérios da eleição: a oposição tinha 40% das atas, o governo 80%; quando chegou a 80% o sistema eleitoral saiu do ar, e quando voltou aparecia na tabela a vitória de Maduro pelo porcentual mágico de 51,21%, parece que é a tabela do algoritmo. A oposição dizia que, nos 40% de atas que eles tinham, estavam ganhando por 70% a 30%. É muita diferença, não?

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A nota do Itamaraty disse que precisam esperar que venham mais atas, mas que saudavam o “dia pacífico” que foi o domingo das eleições. Como assim? Não viram o que disse a representante das Nações Unidas, o representante da União Europeia, sobre a violência? Morte, dezenas de prisões. Não percamos o momento de sermos um país que tem um mínimo de coluna vertebral para não se curvar diante disso. O nosso observador Celso Amorim já voltou, ele é apaixonado por Maduro. Aí, vai dizer o quê? Que está tudo bem. Brasil, México e Colômbia estão à procura de uma saída honrosa.

A fraqueza em defender o que é certo cobra seu preço mais cedo ou mais tarde

Vejam o que está acontecendo na Europa. Primeiro foi a Alemanha, agora a Inglaterra. A Alemanha está reagindo, seu povo quer seu país de volta, em relação à ocupação de gente que não é da verdadeira religião islâmica – os da verdadeira religião islâmica são como o rei do Marrocos, que mandou censurar da televisão a referência à Última Ceia, aquela blasfêmia praticada na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, e é um governo de fundo islâmico. Na Inglaterra, agora, foi preso um jovem de 17 anos, que invadiu uma aula de dança para crianças, esfaqueou 12 e matou duas crianças. Não divulgaram ainda o nome dele, mas em geral o inglês, depois de Jack o Estripador, não usa faca. O último atentado assim, em uma escola, foi com arma de fogo, há muito tempo.

É o preço que a passividade cobra. Na Venezuela acontece a mesma coisa. Nós vimos a nossa ingenuidade aqui. Nós fomos ingênuos ao imaginar que um ditador pudesse abrir mão do poder pelo voto. Ditador não sai pelo voto.