Os brasileiros foram às urnas neste domingo de eleições, 15 de novembro, e muita gente esqueceu que é também o dia da Proclamação República. Vamos recordar como foi que a república começou: na verdade, foi um golpe militar, de uma minoria republicana e positivista, que não contou com o acompanhamento e muito menos o apoio do povo.
Marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da república, foi usado pelos positivistas para derrubar a monarquia e o imperador Dom Pedro 2º. Deodoro era a maior figura militar da época — era um herói da guerra do Paraguai e tinha sido ferido em batalha. Uma boato na época dizia que o primeiro-ministro do reinado, o Visconde de Ouro Preto, teria mandado prender o marechal.
Deodoro ficou furioso com isso e, com apoio de soldados, destituiu Ouro Preto do cargo, mas sem proclamar a República. O marechal então voltou para casa para descansar, pois estava meio adoentado — tinha enfisema e a respiração ofegante. Foi então que Benjamin Constant, líder dos republicanos, procurou Deodoro para lhe contar que o imperador havia convocado de Porto Alegre outra pessoa para primeiro-ministro: Gaspar Silveira Martins.
Gaspar era rival de Deodoro, quando este serviu em Porto Alegre como chefe militar, na conquista do coração da Baronesa de Triunfo, Maria Adelaide de Andrade Neves, que era viúva. Deodoro foi preterido pela baronesa e nunca se conformou. Anos depois, tomado de ciúmes, não permitiu que o rival assumisse as rédeas da monarquia, proclamando a República e derrubando o Imperador.
Gaspar, quando morreu, estava no Uruguai e a baronesa fez uma grande homenagem fúnebre para ele. Esse acontecimento é carregado de simbolismo, pois significa que por trás do surgimento da República teve a força de uma mulher.
Outra mulher aí envolvida foi Isabel Cristina de Bragança, a Redentora. A princesa Isabel morreu em Paris 99 anos atrás, no dia 14 de novembro de 1921, com 75 anos, de pneumonia. Ela seria a imperatriz do Brasil se não houvesse a proclamação da República. Fica aqui o registo histórico.
Grandes vitórias do DEM nas urnas
A apuração das eleições municipais deste ano mostra que a extrema esquerda vai para o segundo turno em Porto Alegre e em São Paulo, duas capitais importantíssimas.
São Paulo terá Guilherme Boulos, do Psol, a disputar com o prefeito Bruno Covas, do PSDB, que quer ser reeleito. Em Porto Alegre, Manuela d 'Ávila, do Partido Comunista do Brasil, companheira derrotada da chapa de Fernando Haddad (PT) na última eleição presidencial, vai enfrentar Sebastião Melo, do MDB.
Grandes vitórias do DEM já no primeiro turno em Salvador, com Bruno Reis, terra do ACM Neto; com Gean Loureiro, em Florianópolis; e com o Rafael Greca, em Curitiba, reeleito com uma grande aprovação de sua administração. Outro prefeito que concorre à reeleição e tem boa aprovação é Alexandre Kalil, do PSD, em Belo Horizonte.
No Rio de Janeiro vai ter segundo turno com Eduardo Paes, do DEM, que já foi prefeito, e Marcelo Crivella, do Republicanos. Em Natal, outra reeleição: Alvaro Dias, do PSDB, com mais de 60% dos votos. Em Goiânia, o ex-governador de Goiás Maguito Vilela, do MDB, que estava sendo objeto de muitas acusações, saiu na frente no primeiro turno para prefeito. Ele vai disputar o segundo turno com Wanderley Cardoso, do PSD.
Também haverá segundo turno no Recife com João Campos, do PSB, e Marília Arraes, do PT. São dois candidatos de esquerda. Em Fortaleza, o segundo turno vai ter disputa entre Capitão Wagner, do Pros, e Sarto, do PDT.
São resultados que ainda carecem de mais análise para saber quais ideias e ideologias foram as preferidas pelo eleitorado brasileiro.
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